(Republicação)
26 de Dezembro de 1943. O Scharnhorst, um dos navios mais emblemáticos da Kriegsmarine, é afundado no decurso da batalha naval do Cabo Norte. Não é a primeira vez que aqui se fala do navio: já o mencionáramos quando o Scharnhorst, conjuntamente com o seu irmão Gneisenau, afundara o porta-aviões britânico HMS Glorious em Junho de 1940, numa batalha naval de que não se fala muito, porque vai ao arrepio do que iriam ser os padrões da superioridade aeronaval do futuro; e já o mencionáramos quando, ainda acompanhado do mesmo Gneisenau, mais ainda do Prinz Eugen, se escapulira pelo Canal da Mancha sob as barbas da Royal Navy em Fevereiro de 1942. Contudo, as histórias dos feitos de guerra do Scharnhorst vão literalmente soçobrar neste dia de há 80 anos e, mais uma vez, sem a glória que a reputação dos seus feitos decerto mereceria. Se o afundamento do Bismarck se tornou num épico algo exagerado, este afundamento do Scharnhorst passará por um olvido quiçá imerecido.
O principal inimigo do Scharnhorst foi o HMS Duke of York (que podemos apreciar em fotografia durante a acção), sob as condições meteorológicas extremas do Inverno ártico que impossibilitavam o emprego da aviação embarcada. O engajamento foi, por isso, clássico e o Scharnhorst acabou afundado sob o fogo da artilharia do Duke of York e dos torpedos dos navios que o escoltavam. Apenas 36 dos 1.968 homens que constituíam a tripulação foram resgatados, uma taxa abaixo de 2%, o que é inferior aos 5% registados quando do afundamento do Bismarck (onde houvera 114 sobreviventes). Sendo a guerra o que é, nem mesmo isso os dispensou, aos 36 sobreviventes, de serem usados como material de propaganda, ao serem fotografados humilhantemente vendados a desembarcarem como prisioneiros de guerra na base naval Scapa Flow na Escócia. Na antiga base naval do outro lado, na cidade de Wilhelmshaven, um memorial recorda hoje os mais de 1.900 que não regressaram.
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