Há precisamente dez anos, a assembleia da União Astronómica Internacional estava ao rubro. Até parecia uma rede social... Defrontavam-se duas concepções distintas para a reclassificação dos planetas. O problema impusera-se com a descoberta encadeada durante os primeiros anos do século XXI de vários corpos celestes com dimensões próximas, mesmo superando, as de Plutão, o último dos planetas clássicos a ter sido descoberto (1930). Havia uma concepção democrática, a que aparece no quadro acima e que estaria aparentemente predestinada a vingar, que se prepararia para alargar o estatuto planetário a outros corpos celestes (12).
E havia uma concepção aristocrática, a do segundo quadro, que pretendia reduzir esse estatuto aos grandes planetas complanares canónicos (8). Na votação, que teve lugar a 24 de Agosto de 2006 e envolveu cerca de 2.500 membros do organismo, acabou por vingar esta segunda tese. Mas já então, mais importante que as razões que haviam levado a privilegiar uma solução em detrimento da outra, o que se impôs na comunicação social foi a vacuidade de anunciar tragicamente que o planeta Plutão fora despromovido do seu estatuto. Isso é que poderia interessar as pessoas! Na descrição ímpar de Artur Albarran: o drama, a tragédia, o horror...
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