29 agosto 2016

A COR DO SUCESSOR

Angola, 21 de Setembro de 1979. Dos três homens que aparecem na fotografia, José Eduardo dos Santos, Lúcio Lara e Henrique Teles «Iko» Carreira, há só um deles e pelas razões à vista (...) que podia suceder ao recém falecido Agostinho Neto (cuja fotografia ampliada preenche a parede que lhes está por detrás) à frente dos destinos da República Popular de Angola. Momento irónico das contradições do discurso político do MPLA. O racismo que tanto se criticara aos portugueses perpetuava-se, agora expresso em sinal contrário, porque era completamente impossível conceber um mulato como Lara ou Carreira, candidatos à sucessão mais qualificados, à frente dos destinos de um país da África negra. O slogan do MPLA era: A Luta continua(va), a Vitória é(ra) certa....mas a hipocrisia também e não apenas nas questões da cor da pele, porque, não se antecipando então, José Eduardo dos Santos iria perpetuar-se no poder pelos 38 anos seguintes,  

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