06 agosto 2016

A ARMA SECRETA DO EXÉRCITO EGÍPCIO

Não sei qual a consideração dispensada pelos profissionais dos mesmos ramos à arma de infantaria, à de engenharia ou mesmo à força aérea do Egipto. Isso será um segredo dos serviços de informações de todo o Mundo. Mas tem sido do domínio comum saber-se qual a reputação operacional em que são tidas as suas bandas de música: verdadeiramente execrável. Os músicos das forças armadas egípcias tem-se notabilizado por, não sendo concebidos exactamente para isso, serem uma arma de destruição... selecta, pela desafinação atroz como tocam hinos alheios e com isso desencadear incidentes diplomáticos que a diplomacia do país tem tentado depois afanosamente compor.

O ano passado aconteceu diante de Vladimir Putin em visita oficial ao Egipto. Ao escutar os acordes do hino do seu país, a fisionomia do presidente russo tornou-se marginalmente ainda mais rígida do que é o costume. Pensou-se: ainda bem que o Egipto não tem fronteiras comuns com a Rússia. Uma banda ucraniana não se teria atrevido a tocar assim... E já em Abril deste ano calhou a vez a François Hollande e nesse caso os observadores qualificaram a sua fisionomia de estoica. Não estivessem os franceses escaldados da sua intervenção recente na vizinha Líbia e os tratos de polé dados ali à Marselhesa seriam mais do que justificação para uma reedição da aventura do Suez.

Se nós tivéssemos um presidente banal não me atreveria a sugeri-lo, mas porque o nosso presidente Marcelo é fora de série e adora fazer coisas, porque é que ele não faz uma visita ao Egipto só para descobrirmos a que é que soará a Portuguesa depois de uma orquestração à maneira? Estivessem à vontade, que nós não os invadiríamos, mas nós, depois de sermos campeões europeus de futebol, não somos menos que a Rússia e a França, pois não? Adenda: Alguém me sugeriu que Marcelo, na sua hiperactividade, ainda era bem capaz de fazer como o antecessor de Putin, Boris Yeltsin, e seria muito bem capaz de se pôr a dirigir a orquestra e de lhes dar o lá, para os afinar... (sóbrio, é claro)

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