Quando se assiste agora às transmissões olímpicas da RTP e à indispensável especialização dos comentadores conforme a modalidade, não me consigo esquecer de Montreal 1976 e do memorável desdobramento de José Galvão. Durante as transmissões, as modalidades iam mudando mas o comentador era (quase) sempre ele. O que o qualificava para comentador desportivo era o facto de ter sido atleta do Benfica, competindo como lançador de peso (acima, à direita), enquanto trabalhava na RTP, originalmente como operador de câmara. Naquele Verão de 1976 e arrastando ainda consigo o espírito improvisador-revolucionário do PREC, de que as coisas se iam fazendo, fazendo-se (vocês ocupam as terras e depois esperam que saia a lei, nas palavras inolvidáveis de um oficial do MFA), José Galvão comentou de tudo o que fosse modalidade olímpica que aparecesse na pantalha, secos ou molhados, desde o judo ao remo e aos saltos para a água.
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