(Republicação por ocasião do 75º aniversário da adesão da Terranova ao Canadá)
Depois das tentativas de colonização dos vikings no Século XI, no Século XV houve vários navegadores portugueses envolvidos na exploração daquelas terras. Mas estes mostraram-se mais interessados na exploração da riqueza dos bancos piscícolas adjacentes (especialmente na pesca do bacalhau) do que propriamente no assentamento em regiões meteorologicamente muito adversas, ainda para mais para quem estava habituado aos climas mediterrânicos.

Os britânicos acabaram por impor a sua hegemonia embora entre a população local se contasse uma contribuição importantíssima das minorias célticas britânicas(*), em comparação com os ingleses propriamente ditos. Não tendo feito parte inicialmente do Canadá, nem aderido posteriormente (em 1892, isso esteve quase a acontecer), em 1907, a Terranova recebeu, conjuntamente com a Nova Zelândia, um estatuto de quase completa autonomia, que se designava por Dominion.

Para entrar com os meios para as reequilibrar, a metrópole britânica colocou a condição de reinstalar o seu domínio sob o aspecto de uma Comissão Governamental que seria responsável perante o Governo de Londres. Em 1934, em tudo, excepto na forma, havia-se extinguido a independência da Terranova… Mas a questão voltou a colocar-se logo depois do fim da Segunda Guerra Mundial, quando o Reino Unido entrou por sua vez em dificuldades financeiras e se quis ver livre destes fardos…

Em 31 de Março de 1949 a Terranova juntou-se ao Canadá, tornando-se na sua décima província. Actualmente, com um pouco mais de 500.000 habitantes e uma área de 405.000 km², a província representa apenas 1,6% da população canadiana, 4% da sua área total e 1,3% da sua economia (em 2006). Contudo, a descoberta recente de novas jazidas de petróleo na plataforma continental, faz prever que a província poderá vir a gozar de um novo período dourado, um século depois do primeiro…

(**) – Um cenário com bastantes semelhanças com o que aconteceu quase 80 anos depois à Islândia.
Interessante.
ResponderEliminarSe os Corte-Real lá tivessem deixado semente perene, quem sabe se, mais tarde, o também navegador Tenreiro teria influenciado o "Botas" a enviar para lá tropas e defender o nosso bacalhau.
bfs