Até agora não encontrei qualquer razão para o usar - ao verbo «vivenciar» - em substituição e com vantagem sobre o clássico verbo «viver». Não a encontrei sozinho, nem encontrei quem ma conseguisse explicar satisfatoriamente. Nem sequer me parece que melhore a sonoridade do português; tem uma sílaba (desnecessária) a mais. Agradece-se a quem aqui se dispuser a fazê-lo (explicar esta deriva na caixa de comentários).
Enfim... nao sou linguista mas a mim, com uma perspectiva de completo leigo na materia, me parece que o verbo "vivenciar" sera uma contracao dos verbos "viver" e "presenciar".
ResponderEliminarSe assim for, o verbo "vivenciar" pretende transmitir de alguem testemunhar uma experiencia de forma presencial, testemunhando a experiencia ate intensamente quase, mas nao totalmente incorporando a experiencia em si proprio, ou seja, uma testemunha muito proxima mas mesmo assim indirecta da experiencia.
Alguem que "vive" a mesma experiencia, testemunha-a de forma ainda mais intensa, literalmente imerso na dita e corporizado na dita experiencia.
Nao faco a minima ideia se esta distincao fara sentido ou nao, mas e o que me parece, assim a primeira vista.
"Vivenciar" estará para os novos tempos como "experenciar", que também não consigo perceber para que serve. Talvez seja uma linguagem mais inclusiva e, porventura, sustentável ou lá como se diz. Embora não tenha nada a ver, há um episódio (que só consigo fixar nas suas linhas mais gerais...) de um célebre actor do tempo de ouro do cinema, que instado, por um realizador da nova vaga, apresentar uma cara e uma fala que mostrassem espanto ao mesmo tempo que não o deixasse antever, ao mesmo tempo que se mostrava incomodado com a situação criada, ele (o actor) terá dito: "Então o que faço é entrar mais cedo em cena?". Não sei se me expliquei bem ...
ResponderEliminarFernando Proença
Agradeço os contributos de ambos, embora tenha que vos confessar que permaneço na minha de considerar que «vivenciar» é uma daquelas palavras novas que é mais um modismo do que um verdadeiro neologismo. Mas suponho que não é grave, nem importante. A língua portuguesa estará polvilhada de modismos que subsistiram, apesar de tudo.
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