A edição do Público de hoje inclui um artigo de Barata-Feyo que estará para a reputação daquele jornal como as intervenções de Durão Barroso estarão para a reputação do PSD. Esclareça-se que os episódios que arrasaram a reputação de ambos são de natureza e gravidade bem distintas: a deserção do cargo de primeiro-ministro por parte de Durão Barroso é muito mais conhecida e grave do que a parcialidade facciosa em prol da sua classe de Barata-Feyo enquanto foi provedor do leitor naquele mesmo jornal. Mas em ambos os casos, se o artigo (de Barata-Feyo) e o discurso (de Durão Barroso) parecem propositadamente concebidos para gerar anuências e concordâncias nas audiências, não é possível esquecermo-nos da antipatia pessoal que me suscita qualquer dos autores. É mesmo uma questão do nosso desdém por quem diz, nada tem a ver com o que é dito, qualquer dos dois já tiveram as suas oportunidades de se fazerem respeitar... e falharam.
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