1 de Março de 1974. Uma muito breve nota no canto superior direito da última página do Diário de Lisboa informava os leitores que, no dia anterior, o presidente da República, Américo Thomaz (na grafia arcaizante da época), recebera em audiência o presidente do Conselho, Marcello Caetano. Mas nada acrescentava. Hoje sabemos que Marcello Caetano apresentara a sua demissão a Américo Thomaz e que este o dissuadira. Caetano voltará a repetir o gesto até ao 25 de Abril mas voltará a acontecer o mesmo. Francamente, a esta distância temporal, adquiri cada vez mais a convicção que o gesto era mais encenado do que sincero: como assistimos recentemente com António Costa, quem se quer realmente demitir, demite-se e não há argumento nem pessoa que o demova. E, mais uma vez, a parte da notícia que o leitor teria mesmo gostado de saber... não soube.
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