Entre as maravilhas da arte que costumam passar desapercebidas constam estes retratos, que são conhecidos pelos Retratos das Múmias de Al Fayyum. São de um naturalismo impressionante e, como Al Fayyum é um oásis no meio do deserto no Egipto, as gravuras acabaram por ser muito bem preservadas pelo clima extremamente seco.
A uma primeira vista, o estilo não pareceria descabido em quadros de pintura europeia renascentista, embora com traços um pouco rústicos… Mas tratou-se de uma escola que foi desenvolvida no Egipto helenístico e que terá atingido o seu apogeu nos séculos I e II da nossa era… Estas pessoas que aqui vemos poderão ter sido contemporâneas de Jesus Cristo e dos Apóstolos ou dos imperadores Antonino o Pio ou Septímio Severo…
Valha a verdade que os estudos descobriram que a correspondência entre as feições da múmia e as dos seus retratos (eles eram pintados em vida para posterior utilização) não serão tão rigorosas quanto poderão parecer à primeira vista: supõe-se actualmente que os pintores dos períodos finais partiam de fisionomias estilizadas para depois as adaptarem à dos retratados.
Mas, mesmo sabendo isso, parecem-nos pessoas com quem nos poderíamos cruzar na rua e continuam a ser de um realismo assustador, apenas equivalente, para o período da Antiguidade, ao encontrado nas pinturas murais de Pompeia e onde os melhores são muito superiores, em termos de representação, a tudo o que veio a ser produzido durante a Idade Média.
Para mais retratos veja-se a galeria e para esclarecimentos adicionais sobre as técnicas usadas veja-se um trabalho sobre o assunto (em inglês e formato pdf). É perante retratos como estes que se pode perceber o anacronismo do emprego da expressão do tempo dos romanos quando fora do seu contexto político específico. Estes não são retratos de romanos, mas sim de egípcios que viveram durante o período romano...
Valha a verdade que os estudos descobriram que a correspondência entre as feições da múmia e as dos seus retratos (eles eram pintados em vida para posterior utilização) não serão tão rigorosas quanto poderão parecer à primeira vista: supõe-se actualmente que os pintores dos períodos finais partiam de fisionomias estilizadas para depois as adaptarem à dos retratados.
Mas, mesmo sabendo isso, parecem-nos pessoas com quem nos poderíamos cruzar na rua e continuam a ser de um realismo assustador, apenas equivalente, para o período da Antiguidade, ao encontrado nas pinturas murais de Pompeia e onde os melhores são muito superiores, em termos de representação, a tudo o que veio a ser produzido durante a Idade Média.
Para mais retratos veja-se a galeria e para esclarecimentos adicionais sobre as técnicas usadas veja-se um trabalho sobre o assunto (em inglês e formato pdf). É perante retratos como estes que se pode perceber o anacronismo do emprego da expressão do tempo dos romanos quando fora do seu contexto político específico. Estes não são retratos de romanos, mas sim de egípcios que viveram durante o período romano...
Interessantíssimo post! De facto, a noção de profundidade, de perspectiva, os detalhes, as proporções, não têm nada a ver com o que se fez na Idade Média!
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