Um dos aspectos de que mais gosto na blogosfera é a forma como, ocasionalmente, se descobrem blogues interessantíssimos, demonstrativos da erudição de quem os escreve. Contudo, por formação, sempre apreciei que essa erudição fosse temperada por alguma modéstia. É um assunto que tem estado até bem na moda, entre nós, a respeito de um primeiro-ministro que, aparentemente, se arrogou ser – ou deixou que o considerassem ser – aquilo que afinal ainda não era…
Mas a história que eu queria aqui contar era a respeito de um blogue que apenas trata (e com grande qualidade, refira-se) de assuntos da antiguidade romana. Chama-se, mesmo a propósito, Roma Antiga. Ao descobri-lo, tive oportunidade de lá deixar um comentário elogioso, a que acrescentei uma dúvida, respeitante ao último poste lá colocado, onde havia uma referência a um tal de imperador Dominiciano que eu nunca havia ouvido mencionar: seria que a referência era a Domiciano (81-96)?
E a resposta veio, afirmativa e surpreendentemente seca: sim, é esse mesmo. Eu bem sei não ter perguntado mais nada, mas não posso deixar de manifestar a minha desilusão pela ausência de qualquer explicação adicional para o uso daquele aportuguesamento anómalo de um nome que, na sua versão latina, é Titus Flavius Domitianus e que sempre conheci na forma que usei. Talvez o autor do poste pensasse que essa explicação era desnecessária, tal o desnível do grau de conhecimentos dos dois intervenientes…
Todo o episódio – fiquei fã do blogue mas, compreensivelmente, muito menos do autor… – lembrou-me uma anedota bastante antiga, quando um transeunte descobriu no chão uma nota de cinquenta escudos (vejam lá quão velha é a anedota!...) e um advogado (esses é que nunca passam de moda…) que por ali passava se apossou rapidamente dela, anunciando-lhe com pompa que, com aqueles cinquenta escudos e mediante duas perguntas, estaria disponível para lhe prestar assistência jurídica sobre os seus direitos à propriedade da nota:
- Mas não acha que apenas duas perguntas por cinquenta escudos são um abuso? – perguntou o descobridor.
- Se calhar é capaz de ser… - condescendeu o advogado. E qual é a outra pergunta?...
Mas a história que eu queria aqui contar era a respeito de um blogue que apenas trata (e com grande qualidade, refira-se) de assuntos da antiguidade romana. Chama-se, mesmo a propósito, Roma Antiga. Ao descobri-lo, tive oportunidade de lá deixar um comentário elogioso, a que acrescentei uma dúvida, respeitante ao último poste lá colocado, onde havia uma referência a um tal de imperador Dominiciano que eu nunca havia ouvido mencionar: seria que a referência era a Domiciano (81-96)?
E a resposta veio, afirmativa e surpreendentemente seca: sim, é esse mesmo. Eu bem sei não ter perguntado mais nada, mas não posso deixar de manifestar a minha desilusão pela ausência de qualquer explicação adicional para o uso daquele aportuguesamento anómalo de um nome que, na sua versão latina, é Titus Flavius Domitianus e que sempre conheci na forma que usei. Talvez o autor do poste pensasse que essa explicação era desnecessária, tal o desnível do grau de conhecimentos dos dois intervenientes…
Todo o episódio – fiquei fã do blogue mas, compreensivelmente, muito menos do autor… – lembrou-me uma anedota bastante antiga, quando um transeunte descobriu no chão uma nota de cinquenta escudos (vejam lá quão velha é a anedota!...) e um advogado (esses é que nunca passam de moda…) que por ali passava se apossou rapidamente dela, anunciando-lhe com pompa que, com aqueles cinquenta escudos e mediante duas perguntas, estaria disponível para lhe prestar assistência jurídica sobre os seus direitos à propriedade da nota:
- Mas não acha que apenas duas perguntas por cinquenta escudos são um abuso? – perguntou o descobridor.
- Se calhar é capaz de ser… - condescendeu o advogado. E qual é a outra pergunta?...
Tenho a mesma opinião do blogue Letratura.blogspot.com
ResponderEliminarJá por lá deixei uma questão sobre uma designação náutica que o autor traduziu à brasileira como um substantivo feminino e que em portugal é usado no masculino. Primeiro mandou-me investigar e quando o fiz (citando várias páginas de legislação brasileira com o termo no feminino e as da legislação portuguesa com o termo no masculino) corroborando a minha versão preferiu ignorar mantendo no site a sua versão dos factos. No geral é um blogue muito estimável, o autor não me parece.
Não conhecia o blogue, visitei-o, da visita rápida compartilho consigo a impressão favorável sobre o seu conteúdo. Do resto, só me resta dizer uma generalidade: a que nestes, como noutros aspectos, o respeito é profissional, mas a estima é pessoal. É isso que diferencia os sábios das pessoas que sabem muito…
ResponderEliminarE que, ao contrário do que acontece no mundo académico, neste mundo da blogosfera nunca se sabe de antemão com quem nos correspondemos e que aqueles “cromos” que gostam de se “armar em bons” por antecipação correm sérios riscos de fazer figuras tristes… e por escrito.
Muito boas tardes,
ResponderEliminarSou a pessoa em questão que lhe respondeu da forma seca. Se for ao blog agora, perceberá porque é que lhe respondi desse modo: tenho muito pouco tempo disponível. Efectuo a pesquisa para os artigos quando posso, mas quanto a respostas aos leitores, exceptuando um sim ou não, não posso garantir nada de muito elaborado. Aliás a maioria dos leitores nem sequer obtem uma resposta minha; não é por soberba, é mesmo falta de tempo.
Q.F.M.
Fabiano
Boa Noite.
ResponderEliminarRegisto e agradeço a sua resposta. Permita-me até a oportunidade de, conjuntamente com o seu colega que se assina com o pseudónimo “parca”, os felicitar directamente pelo vosso blogue “Roma Antiga”. Sou bem capaz de o compreender, porque padeço do mesmo problema da falta de tempo para responder com a cortesia que merecem todos os comentários em que me solicitam esclarecimentos no meu blogue.
Mas regressando à minha pergunta original e supondo que já se tenha apercebido pela leitura do Herdeiro de Aécio que também sei alguma coisa sobre os assuntos do período da Antiguidade, com todo o tempo do mundo ao seu dispor, é possível que me esclareça porque razão optou por aquela forma tão pouco usual de designar Domiciano?
A.Teixeira