Ao contrário do que se possa pensar, considerando os ases da aviação que revelou, a Primeira Guerra Mundial começou imensamente pacífica nos céus. Os aviões serviam sobretudo de unidades de reconhecimento do inimigo e quando duas unidades adversárias se cruzavam, os mais civilizados cumprimentavam-se e os mais nervosos disputavam-se a tiro de pistola, num esforço inglório para tanto belicismo.
Como se adivinha, os problemas que se colocavam eram o de instalar num avião poder de fogo suficiente para derrubar outra aeronave (uma metralhadora), o que era um problema relativamente fácil de solucionar, reforçando a potência dos motores, e o da disposição da arma, complicado, dado que para o piloto fazer pontaria, teria que atirar através da hélice, mas se lhes acertasse – e as hélices eram, na época, feitas de madeira – poderia, além do inimigo, abater dois aviões ao mesmo tempo...
Desculpem-me o pedantismo de me citar, mas já descrevi noutro poste as quatro formas estudadas na época para resolver o problema do emprego de uma metralhadora frontal nos aviões:
a) - Voltando à prancheta, os desenhadores transferiram a hélice para a traseira, atrás das asas. O avião passava a poder atirar em frente mas era comparativamente muito mais difícil de manobrar.
Como se adivinha, os problemas que se colocavam eram o de instalar num avião poder de fogo suficiente para derrubar outra aeronave (uma metralhadora), o que era um problema relativamente fácil de solucionar, reforçando a potência dos motores, e o da disposição da arma, complicado, dado que para o piloto fazer pontaria, teria que atirar através da hélice, mas se lhes acertasse – e as hélices eram, na época, feitas de madeira – poderia, além do inimigo, abater dois aviões ao mesmo tempo...
Desculpem-me o pedantismo de me citar, mas já descrevi noutro poste as quatro formas estudadas na época para resolver o problema do emprego de uma metralhadora frontal nos aviões:
a) - Voltando à prancheta, os desenhadores transferiram a hélice para a traseira, atrás das asas. O avião passava a poder atirar em frente mas era comparativamente muito mais difícil de manobrar.
b) - Desenrascando o problema concreto, pondo duas espessas chapas de aço deflectoras na traseira dos hélices do avião. O avião ficava desequilibradamente mais pesado à frente, com menos potência e também mais difícil de manobrar.
c) - Criando um novo avião em que a metralhadora estava instalada no eixo central do hélice. Eficaz mas limitava o design do motor do avião e, com o uso da metralhadora, levantavam-se problemas de refrigeração, tanto do motor como da arma.
d) - Concebendo um sistema que sincronizasse o disparo das metralhadoras com o da passagem das pás dos hélices. Foi o que prevaleceu e, primeiramente usado pelos alemães, acabou adaptado por todos os contendores.
Na primeira solução, a recolocação da hélice orientada para a traseira obrigou a alterações substanciais na configuração do avião. No caso do de Havilland DH2 que figura nas duas imagens iniciais, o avião não tinha apenas um aspecto frágil: era mesmo frágil! Era um avião que mostrava todas as suas potencialidades sobretudo na primavera e no verão porque nas outras estações fazia mau tempo…
Melhor que o DH2, foi uma solução ensaiada pelos franceses onde se tentava reunir a robustez da configuração tradicional com a recolocação da hélice atrás do piloto, como se pode observar pelas duas fotografias de baixo. Além de outros problemas, o motor entalado ali ao meio, refrigerado a ar e virado para trás, tinha óbvios problemas de refrigeração e revelou-se um fiasco tão grande nos testes que apenas um exemplar (o protótipo) foi construído…
Significativamente, o avião era conhecido por Dufaux, do nome do seu criador, Armand Dufaux. Ora afirmar em francês que algo é du faux quer dizer que é falso, como falsa se revelava a solução proposta pelo construtor para resolver o famoso problema de como disparar frontalmente uma metralhadora quando um avião é movido a hélice. Pelo menos, neste caso, o nome não enganava…
Nota: E um grande agradecimento à Conceição pela consultoria.
c) - Criando um novo avião em que a metralhadora estava instalada no eixo central do hélice. Eficaz mas limitava o design do motor do avião e, com o uso da metralhadora, levantavam-se problemas de refrigeração, tanto do motor como da arma.
d) - Concebendo um sistema que sincronizasse o disparo das metralhadoras com o da passagem das pás dos hélices. Foi o que prevaleceu e, primeiramente usado pelos alemães, acabou adaptado por todos os contendores.
Na primeira solução, a recolocação da hélice orientada para a traseira obrigou a alterações substanciais na configuração do avião. No caso do de Havilland DH2 que figura nas duas imagens iniciais, o avião não tinha apenas um aspecto frágil: era mesmo frágil! Era um avião que mostrava todas as suas potencialidades sobretudo na primavera e no verão porque nas outras estações fazia mau tempo…
Melhor que o DH2, foi uma solução ensaiada pelos franceses onde se tentava reunir a robustez da configuração tradicional com a recolocação da hélice atrás do piloto, como se pode observar pelas duas fotografias de baixo. Além de outros problemas, o motor entalado ali ao meio, refrigerado a ar e virado para trás, tinha óbvios problemas de refrigeração e revelou-se um fiasco tão grande nos testes que apenas um exemplar (o protótipo) foi construído…
Significativamente, o avião era conhecido por Dufaux, do nome do seu criador, Armand Dufaux. Ora afirmar em francês que algo é du faux quer dizer que é falso, como falsa se revelava a solução proposta pelo construtor para resolver o famoso problema de como disparar frontalmente uma metralhadora quando um avião é movido a hélice. Pelo menos, neste caso, o nome não enganava…
Nota: E um grande agradecimento à Conceição pela consultoria.
Na 1.ª Grande Guerra a engenharia aeronáutica ainda estava no berço!
ResponderEliminarO pano e a tela não podiam compensar o aumento de potência dos motores, com o consequente aumento de peso, e a aerodinâmica era incipiente. Sem uma boa dose de inconsciência ninguém pilotava aviões tão limitados e talvez tenham sido essas limitações que levaram tantos oficiais de cavalaria a trocarem de montada: as quedas estavam garantidas!
Só não consta que, num regresso às origens, tenham utilizado lanças...
Devia ser por isso que uma boa parte do processo de formação de pilotos do RFC (Royal Flying Corps - antecessor da RAF) era feita no picadeiro...
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