Regressando ainda ao problema dos títulos conferidos pela Universidade Independente e considerando que o problema se coloca, como a imprensa proclama, ao nível dos princípios e do rigor técnico com que aqueles títulos foram atribuídos, vale a pena mencionar que, entre os habilitados, se encontra, por exemplo, Armando Vara, um conhecido camarada de partido de José Sócrates e actual membro do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos. Valerá a pena investigar o seu (muito) recente percurso académico?
Ou, já que o Público se tem mostrado tão predisposto a aprofundar rumores que circulem pela blogosfera – foi, pelo menos essa, uma das causas evocadas em editorial para a realização da investigação às habilitações académicas de José Sócrates – não será interessante aprofundar também a fundamentação do rumor que há muito circula, em que há políticos que assinam colunas regulares de opinião em jornais onde se limitam a subcontratar a feitura dos textos a terceiros, a que depois se limitam a adicionar a sua assinatura?
Não sei porquê, mas estou desconfiado que nenhum destes assuntos interessou ou possa interessar às actuais investigações do Público, embora suspeite que, do resultado das mesmas, pudessem ser colocados em xeque figuras gradas do actual partido no poder e, por arrastamento, o próprio partido. Toda esta inflexão recente do jornal parece mostrar que o seu interesse se passou a concentrar em visar a cabeça e apenas a cabeça da organização, o que parece conferir a toda a manobra traços de um distinto carácter pessoal. As investigações não conduziram a mais ninguém de realce que tenha obtido um diploma duvidoso daquela Universidade? E quanto à exposição dos responsáveis (na Universidade) por aquela prática? Pelos vistos, o assunto (e o tal escândalo) esgota-se na pessoa do primeiro-ministro...
Estes indícios tornam bastante plausível que tenha existido uma manobra que a contra informação produzida entretanto pela assessoria de imprensa de Sócrates quis dar destaque: a de que se trata de uma desforra de Belmiro de Azevedo, canalizada pelo seu jornal, numa retribuição pela falta de apoio demonstrado pelo primeiro-ministro à sua OPA sobre a PT. O que, sendo verdadeiro (e, se o fosse, mesquinho), não surpreenderia verdadeiramente ninguém. Estaríamos assim perante uma situação política em que – para variar – ninguém mente:
Um jornal expõe o primeiro-ministro a ser apanhado numa mentira flagrante, e as razões desse jornal para essa exposição radicarão numa desforra pessoal do seu dono contra o primeiro-ministro… É brilhante se assim for, a fazer-me lembrar a conclusão de um juiz quando chamado a conciliar a disputa de duas exuberantes vendedoras de feira:
– Tu és uma puta!... – começou uma.
– E tu és uma fufa!... – respondeu a outra.
– Perfeito! Agora que as duas litigantes se identificaram devidamente podemos continuar com os procedimentos...
Ou, já que o Público se tem mostrado tão predisposto a aprofundar rumores que circulem pela blogosfera – foi, pelo menos essa, uma das causas evocadas em editorial para a realização da investigação às habilitações académicas de José Sócrates – não será interessante aprofundar também a fundamentação do rumor que há muito circula, em que há políticos que assinam colunas regulares de opinião em jornais onde se limitam a subcontratar a feitura dos textos a terceiros, a que depois se limitam a adicionar a sua assinatura?
Não sei porquê, mas estou desconfiado que nenhum destes assuntos interessou ou possa interessar às actuais investigações do Público, embora suspeite que, do resultado das mesmas, pudessem ser colocados em xeque figuras gradas do actual partido no poder e, por arrastamento, o próprio partido. Toda esta inflexão recente do jornal parece mostrar que o seu interesse se passou a concentrar em visar a cabeça e apenas a cabeça da organização, o que parece conferir a toda a manobra traços de um distinto carácter pessoal. As investigações não conduziram a mais ninguém de realce que tenha obtido um diploma duvidoso daquela Universidade? E quanto à exposição dos responsáveis (na Universidade) por aquela prática? Pelos vistos, o assunto (e o tal escândalo) esgota-se na pessoa do primeiro-ministro...
Estes indícios tornam bastante plausível que tenha existido uma manobra que a contra informação produzida entretanto pela assessoria de imprensa de Sócrates quis dar destaque: a de que se trata de uma desforra de Belmiro de Azevedo, canalizada pelo seu jornal, numa retribuição pela falta de apoio demonstrado pelo primeiro-ministro à sua OPA sobre a PT. O que, sendo verdadeiro (e, se o fosse, mesquinho), não surpreenderia verdadeiramente ninguém. Estaríamos assim perante uma situação política em que – para variar – ninguém mente:
Um jornal expõe o primeiro-ministro a ser apanhado numa mentira flagrante, e as razões desse jornal para essa exposição radicarão numa desforra pessoal do seu dono contra o primeiro-ministro… É brilhante se assim for, a fazer-me lembrar a conclusão de um juiz quando chamado a conciliar a disputa de duas exuberantes vendedoras de feira:
– Tu és uma puta!... – começou uma.
– E tu és uma fufa!... – respondeu a outra.
– Perfeito! Agora que as duas litigantes se identificaram devidamente podemos continuar com os procedimentos...
E que tal dito a cantar?
ResponderEliminar“Tudo isto existe/Tudo isto é triste/Tudo isto é política!”.
Seja bem reaparecido, Impaciente!
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