A propósito das ambições recentemente demonstradas por Paulo Teixeira Pinto para adquirir o BPI e por Belmiro de Azevedo para fazer o mesmo à PT, deu-me para me questionar qual será a importância profunda que se dará na nossa sociedade a estes líderes empresariais arrojados e, mais importante, por quanto tempo é que essa importância perdurará, depois de desaparecer o interesse neles enquanto elementos influentes nos acontecimentos da actualidade.
E, guiando-me pelos resultados da votação do Concurso promovido pela RTP sobre os Grandes Portugueses, a conclusão que se pode obter é muito interessante: a importância é pouca e mesmo essa, dura muito pouco tempo. Atente-se, para exemplo, ao período da primeira metade do Século XX, onde a figura política de destaque do período foi, sem contestação, Oliveira Salazar e onde, creio, também não haverá grande controvérsia em escolher a personalidade artística mais relevante: Fernando Pessoa.
Os dois encontram-se entre os 10 finalistas do referido concurso mas a pergunta que vale a pena fazer é a de saber quantos saberão quem foi o seu contemporâneo Alfredo da Silva?... Alfredo da Silva (1871-1942), que dirigia o conglomerado da CUF (com 16.000 trabalhadores), seria provavelmente naquela mesma época o homem mais rico de Portugal… Valha a verdade que não foi esquecido de todo porque, conjuntamente com António Champalimaud e Belmiro de Azevedo, se conta entre os três únicos empresários que apareceram nomeados na lista alargada dos 100 grandes portugueses…
Mas, se há coisa que o dinheiro, só por si, parece não poder comprar, é a memória dos homens. Fomos à Índia e guardámos o nome dos navegadores mas não o dos comerciantes que prosperaram fazendo a comércio das especiarias a partir de Lisboa... Claro que há sucedâneos para preservar o próprio nome, como acontece com Calouste Gulbenkian e a sua Fundação, ou Queops e a sua pirâmide, para dar apenas dois exemplos, mas as entidades assim criadas acabam ganhando um significado autónomo ao da personalidade que lhes deu o nome.
E, guiando-me pelos resultados da votação do Concurso promovido pela RTP sobre os Grandes Portugueses, a conclusão que se pode obter é muito interessante: a importância é pouca e mesmo essa, dura muito pouco tempo. Atente-se, para exemplo, ao período da primeira metade do Século XX, onde a figura política de destaque do período foi, sem contestação, Oliveira Salazar e onde, creio, também não haverá grande controvérsia em escolher a personalidade artística mais relevante: Fernando Pessoa.
Os dois encontram-se entre os 10 finalistas do referido concurso mas a pergunta que vale a pena fazer é a de saber quantos saberão quem foi o seu contemporâneo Alfredo da Silva?... Alfredo da Silva (1871-1942), que dirigia o conglomerado da CUF (com 16.000 trabalhadores), seria provavelmente naquela mesma época o homem mais rico de Portugal… Valha a verdade que não foi esquecido de todo porque, conjuntamente com António Champalimaud e Belmiro de Azevedo, se conta entre os três únicos empresários que apareceram nomeados na lista alargada dos 100 grandes portugueses…
Mas, se há coisa que o dinheiro, só por si, parece não poder comprar, é a memória dos homens. Fomos à Índia e guardámos o nome dos navegadores mas não o dos comerciantes que prosperaram fazendo a comércio das especiarias a partir de Lisboa... Claro que há sucedâneos para preservar o próprio nome, como acontece com Calouste Gulbenkian e a sua Fundação, ou Queops e a sua pirâmide, para dar apenas dois exemplos, mas as entidades assim criadas acabam ganhando um significado autónomo ao da personalidade que lhes deu o nome.
Na próxima vez que um incidente do mundo dos negócios fizer um destes empresários saltar para a frente dos holofotes da comunicação social (é claro que não têm qualquer dificuldade em obter a atenção dela), perguntemo-nos se, tirada a importância óbvia dos milhões que o levam ali, o assunto de que ele nos pretende falar será assim tão importante para nós todos…
* Locução latina: Assim passa a glória do mundo.
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