Considerava Michael Crichton um excelente autor de ficção científica ou histórica (A Ameaça de Andrómeda, de 1969, é o seu sucesso mais antigo), que escrevia histórias que, quando lidas, se percebia como se prestavam facilmente a ser adaptadas para filmes interessantes até que, com o sucesso gigantesco que obteve com a transposição para o cinema que Spielberg fez em 1993 de Parque Jurássico (1990), parece que o feito lhe afectou o estilo para passar a escrever guiões de filme, agora com capa de livro.
Os resultados têm sido irregulares, sendo um dos casos desta nova incarnação o livro Timeline (capa na imagem), de 1999, adaptado para filme em 2003 (não vi), onde a ficção gira à volta das viagens temporais de uma equipa científica que viaja até França e até ao Século XIV, com um resultado mediano. Mas o que dali quero destacar é a menção de alguns episódios, que se tornaram depois famosos na História, que a imaginação de Crichton transforma em banais, como é o caso do famoso discurso de Lincoln em Gettysburg, que no livro é mostrado como se, na realidade, tivesse sido apenas um discurso banal numa cinzenta e ventosa tarde de Outono para meia dúzia de gatos pingados...
Pois bem, na minha short list** dos desejos daquilo que gostaria de testemunhar presencialmente, se possível fosse viajar no tempo, estava a hipótese de acompanhar e conhecer ao vivo, para dali extrair as minhas próprias conclusões, como teriam sido os filhos (e as suas relações recíprocas) do nosso rei João I: Duarte, Pedro, Henrique, João e Fernando, dado que Isabel se afastou quando casou com Filipe da Borgonha. Oficialmente, como nos informam os livros clássicos, eles compunham a ínclita geração a que se segue normalmente um chorrilho de encómios a todos os irmãos.
Ora a família Von Trapp é austríaca e só muito vagamente baseada em factos reais*… Por detrás dessa imagem idílica estiveram disputas severas entre todos eles, algumas vezes agrupados em facções, como se constata pelas crónicas da época e por detrás dessas crónicas também não me surpreenderia que tivesse havido disputas severas pela sua redacção como protecção da reputação futura. Nesse sentido, não me surpreende que o maior beneficiado em termos de reputação tenha vindo a ser Henrique, que foi também o último a morrer em 1460.
O assunto é demasiado complexo e eu confesso-me pouco confortável com ele para o poder sintetizar de alguma forma nos textos condensados que um poste necessariamente tem. Não tenho dúvidas que entre os irmãos se encontraria gente muito interessante, superior mesmo. Todos eles com virtudes e defeitos. Estou para apostar – e este é apenas um pressentimento – que as nossas simpatias pessoais (pudéssemos contactar com eles directamente) não se assemelhariam nada à hierarquia de importância que deles fez a História Universal e a de Portugal…
Os resultados têm sido irregulares, sendo um dos casos desta nova incarnação o livro Timeline (capa na imagem), de 1999, adaptado para filme em 2003 (não vi), onde a ficção gira à volta das viagens temporais de uma equipa científica que viaja até França e até ao Século XIV, com um resultado mediano. Mas o que dali quero destacar é a menção de alguns episódios, que se tornaram depois famosos na História, que a imaginação de Crichton transforma em banais, como é o caso do famoso discurso de Lincoln em Gettysburg, que no livro é mostrado como se, na realidade, tivesse sido apenas um discurso banal numa cinzenta e ventosa tarde de Outono para meia dúzia de gatos pingados...
Pois bem, na minha short list** dos desejos daquilo que gostaria de testemunhar presencialmente, se possível fosse viajar no tempo, estava a hipótese de acompanhar e conhecer ao vivo, para dali extrair as minhas próprias conclusões, como teriam sido os filhos (e as suas relações recíprocas) do nosso rei João I: Duarte, Pedro, Henrique, João e Fernando, dado que Isabel se afastou quando casou com Filipe da Borgonha. Oficialmente, como nos informam os livros clássicos, eles compunham a ínclita geração a que se segue normalmente um chorrilho de encómios a todos os irmãos.
Ora a família Von Trapp é austríaca e só muito vagamente baseada em factos reais*… Por detrás dessa imagem idílica estiveram disputas severas entre todos eles, algumas vezes agrupados em facções, como se constata pelas crónicas da época e por detrás dessas crónicas também não me surpreenderia que tivesse havido disputas severas pela sua redacção como protecção da reputação futura. Nesse sentido, não me surpreende que o maior beneficiado em termos de reputação tenha vindo a ser Henrique, que foi também o último a morrer em 1460.
O assunto é demasiado complexo e eu confesso-me pouco confortável com ele para o poder sintetizar de alguma forma nos textos condensados que um poste necessariamente tem. Não tenho dúvidas que entre os irmãos se encontraria gente muito interessante, superior mesmo. Todos eles com virtudes e defeitos. Estou para apostar – e este é apenas um pressentimento – que as nossas simpatias pessoais (pudéssemos contactar com eles directamente) não se assemelhariam nada à hierarquia de importância que deles fez a História Universal e a de Portugal…
* Trata-se da família de pequenos cantores do filme Música no Coração.
** Pequena lista.
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