07 fevereiro 2007

O BOM, O MAU E O VILÃO


Este poste estava para se ficar por mais um daqueles episódios a gozar com aquelas cenas onde Luís Marques Mendes se cobre de glória atrás daquela barraquinha com um grande letreiro a dizer CREDIBILIDADE, de onde ele discursa nos Congressos do seu partido. O episódio recente, onde a sua direcção ainda se reforça mais na dita CREDIBILIDADE que tanto o obceca, ocorreu-me na sequência da posição oficial que o seu partido assumiu a respeito do referendo do aborto, e na coerência com os tempos de antena – atendendo aquele que ouvi, e a comentários que já li - a que o partido que dirige empresta a sua chancela oficial.
Do que havia lido previamente, porque creio que assim fora difundido para a comunicação social, havia ficado com a sensação que o PSD optara por não assumir qualquer posição colectiva a respeito do referendo. Já fora intrigante que o mesmo PSD se candidatasse a tempos de antena destinados à campanha do mesmo depois de assumir tal posição. E tudo parece ter ficado esclarecido com o conteúdo dos mesmos – claramente a favor no voto no Não. Entendamo-nos, não há falta de legitimidade na posição assumida, só que uma de duas coisas tem de estar mal em todo este processo: ou a declaração prévia da posição do partido a respeito do referendo, ou a apropriação da simbologia oficial do partido em acções de campanha que são facilmente associadas ao Não.
É de realçar que Luís Marques Mendes deixou a sua posição pessoal transparente quanto à sua posição sobre o referendo. Mas não é isso que está em causa, antes o que foi decidido superiormente quanto à posição oficial do PSD. E, falho de outros métodos mais substantivos, é de sugerir a Luís Marques Mendes que se prepare para aumentar o tamanho das tais letras da CREDIBILIDADE no próximo Congresso do seu partido, porque é coisa de que a sua direcção anda muito carente…
A política portuguesa tem momentos destes, parecidos com os enredos de um Western Spaghetti clássico, daqueles assinados por Sérgio Leone, como no filme O Bom, o Mau e o Vilão (1966), onde o Bom nem era tão bom quanto isso, o Mau até nos fazia rir por causa das suas figuras ridículas e a maioria das participações do Vilão é que nos causavam arrepios… Com todos estes incidentes, a liderança da oposição confere uma solidez de betão à presença de José Sócrates (o BOM) à frente do governo. Só que mesmo assim, há algo de estimável na presença de Luís Marques Mendes (o MAU) como líder do maior partido da oposição, enquanto a oposição à sua oposição é protagonizada por Luís Filipe Menezes (o VILÃO), alguém que, pelo populismo serôdio naquilo que diz, nos cria os tais arrepios…

2 comentários:

  1. Má sugestão!
    Se aumentarem o tamanho das letras… deixa de se ver o orador!!!

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  2. O vilão Menezes faz lembrar os rapazinhos que, na faixa de Gaza, mal aparece um repórter da televisão, correm, atiram uma pedra e fogem, lampeiros.
    Quanto chega a oportunidade de confronto directo (Congresso do Partido) o vilão mete o violão no saco e promete solidariedade com o líder que ele nunca será.
    E sai com uma pedra no sapato e outra na algibeira, refugiando-se na faixa de Gaia...

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