23 agosto 2023

UM POVO MUITO IGUAL A SI PRÓPRIO OU O GNR QUE PALMOU A PALMEIRA...

A história pode contar-se muito sucintamente. Numa das suas obras de requalificação, a Câmara de Cascais plantado «várias centenas de espécies arbóreas em todas as zonas ajardinadas, nomeadamente palmeiras jovens com menos de dois metros de altura». «Passado pouco tempo da requalificação, os funcionários da autarquia notaram que tinham sido roubadas várias espécies arbóreas, nomeadamente palmeiras, bem como programadores de rega.» A autarquia resolveu replantar novas árvores para substituir as roubadas, só que, desta vez, puseram localizadores GPS em algumas das espécies mais valiosas, como as palmeiras. E a história repetiu-se. Só que desta vez, os localizadores permitiram localizar para onde haviam ido as palmeiras. A notícia ganha contornos insólitos quando a polícia municipal veio a descobrir uma delas «na casa de um homem que se identificou como sendo militar da GNR», «na Aldeia do Juzo» (portanto, ainda no mesmo concelho de Cascais).

Mas a parte verdadeiramente interessante da notícia começa no momento em que o tal militar da GNR, em sua defesa, «alegou ter encontrado a palmeira no lixo»... Ou seja, a querer convencer os outros que alguém fora roubar originalmente a palmeira onde fora colocada, mas apenas para depois a colocar no lixo. E é nestes momentos que constatamos, seja um antigo banqueiro como Ricardo Salgado ou um antigo político como José Sócrates, até a um modesto militar da GNR, todos somos um povo com uma falta de sentido inata para aquilo que tem de ser uma desculpa plausível. Entre passar pelo ridículo de apresentar uma desculpa disparatado e a dignidade de ficar calado para não nos enterrarmos, não nos contemos, não sabemos ficar calados, insultando a inteligência de todos os outros...

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