26 de Agosto de 2018. Na Colômbia é dia de um referendo em que os eleitores são convocados para se pronunciarem separadamente sobre sete medidas distintas para combater a corrupção na administração pública (abaixo, um exemplar do boletim de voto com as sete perguntas). Como seria de esperar, os sins ganharam por uma maioria esmagadora, superior aos 99%, mas a oposição ao referendo preferiu actuar indirectamente, activando a resistência passiva e pedindo aos eleitores que se abstivessem de ir votar, esperando com isso reduzir a participação eleitoral para valores que tornassem o resultado do referendo não vinculativo. E conseguiram-no. No computo global, apenas 32% (11,7 milhões de eleitores) dos eleitores registados votaram, num universo total de 36,4 milhões de colombianos. Foi um episódio que não mereceu grande destaque noticioso a nível mundial, porque é daqueles que desmente as narrativas simplificadas que costumam ser dadas como evidentes: a de que o povo tem poucas oportunidades para combater a corrupção dos poderosos e que é por isso que ela se perpetua. Neste caso, os colombianos terão tido essa oportunidade e uma maioria deles desperdiçou-a.
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