(Republicação)
14 de Agosto de 1943. Entre as proezas mais engenhosas - e desconhecidas - da engenharia que se realizaram durante a Segunda Guerra Mundial, conta-se a construção destes dois oleodutos, o Big Inch e o Little Big Inch, que foram construídos em menos de dois anos e que atravessavam o interior dos Estados Unidos, conectando as regiões produtoras de petróleo do Texas com os grandes portos do Nordeste dos Estados Unidos. Tradicionalmente, e até à entrada dos Estados Unidos na guerra, em finais de 1941, o abastecimento petrolífero das regiões industriais do Nordeste fizera-se por transporte marítimo. Depois disso, os ataques dos submarinos alemães junto às costas dos Estados Unidos (uma média de uma dúzia de petroleiros afundados por mês nos primeiros quatro meses de 1942!), incentivaram fortemente que esse transporte passasse a ser feito por terra e que a construção de um oleoduto se iniciasse rapidamente. Por outro lado, e dado o engajamento dos Estados Unidos na guerra na Europa, havia também a necessidade de aumentar o volume de transporte da matéria-prima para que ela fosse dali transportada em petroleiros para as forças expedicionárias americanas na Europa. Foi há oitenta anos que, completado o troço principal do oleoduto (tinha um diâmetro de 610 mm), o primeiro petróleo, saído de Longview no Texas, chegou a Phoenixville na Pennsylvania, a quase 2.000 km de distância. O débito médio do oleoduto era de um milhão de barris cada três dias. Comparado com os níveis de consumo da actualidade esses volumes são mínimos, mas esta é mais uma daquelas discretas proezas da logística que possibilitaram que as grandes proezas das operações militares pudessem ter sido como foram. Pode-se dizer que uma impressionante fracção do Dia D da Normandia e de tudo o que se lhe seguiu se fez à custa do petróleo texano!
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