22 de Agosto de 1953. As autoridades francesas encerram definitivamente as instalações prisionais da ilha do Diabo, na sua colónia da Guiana. Entre 1852 e 1946, nos 94 anos que o estabelecimento serviu de local de deportação, passaram por ele 329 condenados dos quais 76 ali morreram (23%). Outros 58 evadiram-se (18%). 177 (54%) acabaram por regressar a França no final das suas penas de deportação e apenas 17 (5%) escolheram radicar-se na colónia. Passados 16 anos, em 1969, um livro denominado Papillon (acima) tornou-se um best-seller, narrando de uma forma muito criativa a experiência de um desses condenados que se evadiu. O sucesso do livro tornou o local famoso, uma fama que só aumentou quando o livro foi transformado em filme por uma primeira vez em 1973 (abaixo) e por uma segunda vez em 2017. Esta fama acaba por dar uma impressão completamente distorcida da importância dos destinos dos deportados franceses: a Guiana francesa acabou por receber 329 deportados em 94 anos de funcionamento (uma média de 3 deportados/ano); em contraste, a Nova Caledónia (na Oceânia) recebeu 21.000 durante os 60 anos que medeiam entre 1864 e 1924 (350 em média por ano).
Sem comentários:
Enviar um comentário