22 agosto 2023

O ENCERRAMENTO DAS INSTALAÇÕES PRISIONAIS DA ILHA DO DIABO

22 de Agosto de 1953. As autoridades francesas encerram definitivamente as instalações prisionais da ilha do Diabo, na sua colónia da Guiana. Entre 1852 e 1946, nos 94 anos que o estabelecimento serviu de local de deportação, passaram por ele 329 condenados dos quais 76 ali morreram (23%). Outros 58 evadiram-se (18%). 177 (54%) acabaram por regressar a França no final das suas penas de deportação e apenas 17 (5%) escolheram radicar-se na colónia. Passados 16 anos, em 1969, um livro denominado Papillon (acima) tornou-se um best-seller, narrando de uma forma muito criativa a experiência de um desses condenados que se evadiu. O sucesso do livro tornou o local famoso, uma fama que só aumentou quando o livro foi transformado em filme por uma primeira vez em 1973 (abaixo) e por uma segunda vez em 2017. Esta fama acaba por dar uma impressão completamente distorcida da importância dos destinos dos deportados franceses: a Guiana francesa acabou por receber 329 deportados em 94 anos de funcionamento (uma média de 3 deportados/ano); em contraste, a Nova Caledónia (na Oceânia) recebeu 21.000 durante os 60 anos que medeiam entre 1864 e 1924 (350 em média por ano).  

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