15 agosto 2023

A LÍBIA ACEITA INDEMNIZAR AS VÍTIMAS DO ATENTADO DE LOCKERBIE

15 de Agosto de 2003. Numa carta endereçada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Líbia dispõe-se a aceitar «a responsabilidade pelas acções de seus funcionários» na colocação de uma bomba que destruiu em pleno voo o Boeing 747 da Pan Am que, em 21 de Dezembro de 1988, se despenhou sobre a localidade de Lockerbie, na Escócia, matando as 259 pessoas que seguiam a bordo e ainda outras 11 no solo. Nessa carta, a Líbia anuncia renunciar ao “terrorismo”, prometeu cooperar nas investigações criminais associadas e disse estar disposta a pagaria um total de indemnizações estimado em US$ 2700 milhões a distribuir entre os familiares das 270 vítimas. Em resposta, os Estados Unidos (proprietário do avião) e o Reino Unido (o local onde o atentado teve lugar) deixaram claro que estariam dispostos a permitir o levantamento das sanções das Nações Unidas que haviam sido impostas à Líbia desde 1992, mas apenas depois das indemnizações terem sido pagas. Este episódio, que acaba por ser uma "rendição", ocorreu quase 15 anos depois do atentado de Lockerbie e mais de 10 anos depois da imposição das sanções contra a Líbia. Como se vê por este caso, a imposição de sanções até pode ter consequências, a questão é que essas consequências podem não produzir resultados quando é mais conveniente para o calendário político de quem as impõe. É o caso do que está a acontecer com a Rússia.

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