A distribuição dos votos do referendo na Escócia, onde se percebe à posteriori ter existido uma certa concentração do voto urbano no Sim e a animação mediática (com a indecisão) que isso proporcionou nos últimos dias de campanha, recorda-nos como a opinião publicada tende a enviesar a sua realidade para aquilo que encontra no panorama urbano próximo. Tome-se o exemplo do mapa acima, com os resultados da Frente Nacional nas últimas eleições cantonais francesas. Por se tratar de cantões, o mapa permite uma grelha bastante fina do território, onde, quanto melhor tiver sido o resultado da FN, mais escura é a cor. Há duas grandes regiões, assinaladas pelas elipses a preto: a meridional, que vem desde os tempos clássicos de Jean Marie Le Pen, na costa mediterrânica de França; a setentrional, onde, agora com Marine Le Pen, a FN tem vindo a registar o seu maior crescimento eleitoral nos últimos anos. E depois, há ainda o círculo branco, situado em cima da Grande Paris... A França urbana civilizada não gosta da extrema direita e o jornalismo confunde aquela atitude localizada com a adoptada pela generalidade da sociedade e é assim que a opinião publicada francesa apanha recorrentemente um melões com os resultados (e as vitórias) da Frente Nacional. Provando quanto a atitude é transversal, ainda agora e por cá, quase nem se percebe porque haverá compita entre António José Seguro e António Costa, tal é aparente superioridade deste último na nossa opinião publicada. A única previsão certa sobre as primárias do PS é que o resultado de António José Seguro vai ser uma surpresa.
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