05 setembro 2014

CONSTANTES DA POLÍTICA EXTERNA RUSSA

Como aconteceu com as divergências entre Aliados quanto ao destino a dar à Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial (de 1945 e 1949), uma lição da História a extrair dali é que quando a Rússia se apercebe que não consegue neutralizar o país que disputa e em tendo o poder para o fazer, não se ensaia nada em dividi-lo, por muito absurdas que sejam as fronteiras que daí resultem: será desnecessário recordar o caso de Berlim. Claro que as fronteiras da nova Ucrânia sob tutela russa podem não corresponder às que foram desenhadas especulativamente no mapa abaixo, onde se aproveita a ocasião para resolver também o problema dos secessionistas pró-russos da Transnístria. Mas parece consensual reconhecer ao menos que, quanto à autodeterminação dos povos (algo que só se evoca quando dá jeito à própria causa), os russos coleccionarão actualmente muitas mais simpatias entre os ucranianos de Leste da Novorrússia do que as simpatias comunistas que recolheram entre os alemães de Leste naqueles outros tempos da criação da Alemanha Democrática.

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