Os ritmos a que os acontecimentos históricos verdadeiramente decorreram nada têm a ver com as sínteses que normalmente se elaboram para os contar. Já se passaram dois meses desde que se celebraram as primeiras efemérides do início da Primeira Guerra Mundial mas se consultarmos um popular jornal satírico berlinense (Kladderadatsch) saído a 27 de Setembro de 1914 (hoje celebra-se o centenário dessa edição), vê-se na capa um punhado de soldados alemães a guardarem, ao mesmo tempo que servem de cicerones a, um conjunto heteróclito de prisioneiros que eles passeiam por Berlim (é reconhecível a Porta de Brandeburgo por detrás). Na retaguarda pelo menos, em finais de Setembro de 1914 ainda parecia permitido o optimismo e a esperança de que a Grande Guerra tivesse um desfecho rápido e favorável ao seu lado. Com uma clarividência muito superior à de Maques Mendes, que passando por saber, só sabe o que acontece no próximo episódio da novela, nós no caso sabemos que o magno conflito ainda se prolongaria por mais quarenta e nove meses e meio...
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