10 março 2008

A ESTÉTICA DAS CHAMINÉS

Originalmente, havia fundamentos técnicos para que os navios mais velozes possuíssem mais do que uma chaminé. Nos navios de guerra, necessariamente rápidos, como era o caso do couraçado Majestic britânico (acima), que foi construído em 1895, as suas duas chaminés estavam dispostas em paralelo.
Mas um navio que veio revolucionar as regras da construção naval dos navios de guerra foi o (também britânico) Dreadnought (acima), construído em 1906. Entre muitos outros melhoramentos verdadeiramente importantes, a disposição das chaminés em linha davam ao navio uma estética de velocidade.
A associação entre o potencial da velocidade do vaso de guerra e a disposição das chaminés não passou desapercebida e o passo seguinte foi o da inflação do número de chaminés como se pode observar acima no Emden, um cruzador da marinha imperial alemã de 1906, que já se apresentava equipado com três chaminés.
Essa associação entre chaminés e velocidade também se veio a transferir para a marinha mercante, sobretudo para a de transporte de passageiros e é assim que navios famosíssimos como o Titanic, afundado na sua viagem inaugural de 1912 ou o Lusitânia (acima), afundado em 1915, mostravam umas imponentes quatro chaminés.
É evidente que toda esta profusão de chaminés que os navios foram adquirindo não correspondeu a um verdadeiro aumento de potência que criasse a necessidade técnica da exaustão de mais fumo produzido na casa das máquinas. A terceira chaminé do Queen Mary (acima), construído em 1934, só lá estava mesmo para enfeitar...
E como muitos hábitos que continuam a vigorar por inércia, a moda das chaminés múltiplas, que precisou de cerca de uns 25 anos para atingir o seu apogeu, demorou o dobro desse tempo a desaparecer. Desde o Queen Elizabeth (acima) de 1938, que já só tinha duas, até ao Queen Elizabeth 2 (abaixo) de 1967, que regressou às origens…

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