
A disputa do trono que se travou entre Abril de 217 e Junho de 218 travou-se na Síria, terra de origem das Júlias e local onde na altura se concentrava o grosso do exército romano em guerra contra os partos. A técnica escolhida pelas conspiradoras foi a de evocar o prestígio de Septímio Severo e a popularidade de Caracala para, realçando os laços familiares que os ligavam a este último, promover a candidatura dos primos de Caracala (os filhos de Soémia – Heliogábalo – e de Mamea – Severo) ao trono.

A sua instalação em Roma, em Setembro de 219, veio a tornar-se num verdadeiro choque cultural, devido à sua devoção religiosa, que o faz tornar-se conhecido para a História pelo nome do deus que idolatrava – Heliogábalo. A sociedade romana dos inícios do Século III até seria extremamente cosmopolita, habituada a soluções pragmáticas, mas o seu machismo genético não a torna predisposta a aceitar pacificamente o poder feminino assumido de uma forma tão formal como a demonstrada pela moeda abaixo…

O primo Severo (abaixo), que reinou de 222-235 e que originalmente se chamava Gessius Bassianus Alexianus, mas cujas agências de comunicação da época sugeriram que adoptasse o nome de Severo Alexandre (juntando as referências do nome de família do marido da tia-avó com o do imortal conquistador grego), tornou-se no novo imperador, num regime onde mãe e filha decidiam e portanto não muito distinto do anterior, mas com a vantagem de não ter um monarca a embaraçá-las pelo comportamento e reputação.

Sem comentários:
Enviar um comentário