05 março 2008

A “COISA” QUE SE APODEROU DO CACHIMBO E A “OUTRA” QUE SE APODEROU DA UNIÃO

Estava eu ontem a ver o filme The Thing, de John Carpenter, na televisão, quando me deu a sensação que aquele mesmo enredo me fazia lembrar algo que ando a presenciar regularmente. Eu explico melhor: no filme, há um organismo extraterrestre, que fora descoberto enterrado nos gelos da Antárctida e depois reavivado, que tem a capacidade de se apoderar por dentro dos organismos vivos, personificando-os… Depois lembrei-me… e fui confirmar.
O Cachimbo de Magritte é um interessante blogue plural, que resolveu aceitar a colaboração (excelente) de Paulo Gorjão há uns meses atrás, aumentando, com toda a certeza, a notoriedade do blogue e o número de visitas que recebe. Progressivamente, o recém-chegado tem revigorado o blogue, dando mostras de um dinamismo que os seus colegas não acompanham: ontem, numa contagem rápida, 15 dos últimos 20 postes (75%) eram de sua autoria.
Paulo Gorjão está de parabéns. Manobras como aquela também se fazem ao mais alto nível e a medida do seu sucesso é a discrição com que se realizam. Atente-se à reacção instintiva que associamos às bandeiras de cima e de baixo neste parágrafo e constate-se como os mesmos interesses estratégicos alemães de sempre (do II Reich de Bismarck, do III Reich de Hitler e da BRD* de Kohl) parecem estar a ser agora muito mais suavemente implementados…
Como a contribuição de Paulo Gorjão para o seu novo blogue, também a máquina de propaganda da União reflectirá uns 75% de influência alemã, embora disfarce. Para dar um exemplo comparativo de como a coisa evoluiu, enquanto no passado, o então Capitão Santos Costa, que foi o Ministro da Guerra do Governo de Salazar, era classificado como um germanófilo, actualmente a Dra. Teresa de Sousa, jornalista, é considerada uma europeísta ferrenha…
As ambições alemãs na Europa podem ter mudado de cores, de estética, de coreografia, de estilo, de métodos e mesmo até, aparentemente, de idioma mas o objectivo da comunidade nacional mais numerosa e mais poderosa do continente permanece o mesmo:

* Bundesrepublik Deutschland (República Federal da Alemanha)

ADENDA:

Aproveitando a abébia (os artigos de opinião não estão normalmente acessíveis on-line para os não assinantes) dada por José Pacheco Pereira no dia em que assumiu o lugar de Director do Público (iniciativa de elogiar tanto pela intenção como pelos resultados), vale a pena destacar aqui, como complemento a este poste, o artigo de opinião de Teresa de Sousa, hoje publicado naquele jornal e referente aos incidentes recentes nas relações franco-alemãs: O indisfarçável mal-estar franco-alemão

A redacção escolhida pela autora para o antetítulo (O estilo hiperactivo e omnipresente do Presidente da França também incomoda a chanceler. E compreende-se porquê) é emblemática de tudo o que acima escrevi quanto à sua completa parcialidade pró-alemã (costuma escrever-se pró-europeia…): porque razão se coloca ela na posição da chanceler alemã, a quem o presidente francês incomoda? Não será possível que o presidente também se sinta incomodado pelo estilo autoritário da chanceler?...

6 comentários:

  1. Você devia parar de assassinar pessoas na versão "silent killer...

    Quando morrer já não vai para o céu...

    :-)

    Dissidente-x

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  2. Se o meu "La pipe" ainda existisse confesso que me sentiria desconfortável por o encontrar tão cerca da suástica, não obstante saber que ele estava mais que imunizado a pragas como essa.
    Assim, recebe-se a “coisa” com um sorriso. Ao cabo e ao resto, cachimbos é o que para aí mais há: “Peterson”, “Dunhill”, “Parker”, “ Stanwell”, “Larsen”, etc.
    Até estou a olhar para alguns.
    Pessoal a saber fumar é que é escasso, na maioria são amadores que o deixam apagar a cada fumaça.
    Obviamente que não é o caso a que alude.

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  3. Dissidente-X

    Se acha isso, suponho que antes de morrer tenha de beber muito Red-Bull, a tal bebida que nos dá asas. Talvez assim lá chegue...

    O que é um assassinato na versão "silent killer"?

    JRD:

    Não vejo razão para se incomodar. Aquilo que afixei não foi um cachimbo qualquer, foi o cachimbo de Magritte, o cachimbo que não é um cachimbo...

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  4. Pois é: a traição das imagens.
    O problema não estaria naquilo que "não é" um cachimbo, mas sim naquilo que simbolizava um blogue.
    Está tudo bem por aqui e espero que por aí também.

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  5. A.Teixeira: referia-me ao Gorjão.

    Um assassinato versão silent Killer:

    um assassino silencioso usando as palavras para cometer o acto...

    ( voltando ao) Gorjão.
    Ele saí de um blog que vale "x" para ir para um blog que vale "X" menos
    " -Y".

    Por mais takeovers que tenha feito ao mais recente blog é descer de cavalo para burro.

    Para lá disso está no outro lado a fazer o mesmo que fazia no antigamente...
    ou seja spin e auto promoção...

    Dissidente-x

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  6. Fico um pouco desapontado se, das minhas brincadeiras com uma das fragilidades de Paulo Gorjão ou com a maneira como ele se afirmou no “seu” novo blogue, se pode concluir, como diz, que pretendo “assassiná-lo” por palavras.

    É uma forma de estima, embora não muito convencional, reconheço, mas será o mesmo tipo de estima com que em Portugal se escolhia Samora Machel para as anedotas e nunca se fizeram piadas a respeito de Agostinho Neto ou de José Eduardo dos Santos.

    O facto de Paulo Gorjão ter um estilo tão metódico e levar-se tão a sério, onde não se consegue descortinar o menor toque de humor, é que torna a provocação ainda mais apetecível… E o que acabei de escrever não é um elogio “envenenado” à Marcelo…

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