Não fosse a enorme hipocrisia que grassa por todo o mundo a respeito do proteccionismo económico e a assumpção do que é mais do que óbvio por parte do presidente francês, num discurso que efectuou ontem na sede da Alston, em La Rochelle, não mereceria o destaque que a notícia do Público lhe dá e que aqui faço eco. A que ainda há que juntar o predicado adicional de Sarkozy ser tomado por um corajoso, ao fazer um discurso ao arrepio das regras da União Europeia e do mercado interno, conforme a crítica da última página do mesmo jornal, que lhe atribui uma setinha negativa pelo discurso e para ainda condenar Bruxelas por fechar os olhos.
Independentemente de quem assina aquela segunda prosa (de iniciais P.F.), que se mostra suficientemente obnóxio para ainda não ter descoberto como funciona a verdadeira estrutura de poder dentro da União Europeia (já foi descoberto há bastantes anos que, na União, só os países pequenos têm regras, os grandes não…), a minha consideração pelos profissionais da informação afundou-se ainda mais quando, a propósito daquele importante discurso, fui pesquisar o nome Sarkozy às notícias do Google e o destaque ia, todinho, para as sequelas do seu casamento com Carla Bruni e para a vitória que os dois obtiveram num processo contra a Ryanair…
Como diria Adlai Stevenson, que esteve quase mas não chegou à presidência: Um editor de jornal é alguém que separa o trigo do joio e...imprime o joio.
ResponderEliminarCumpts
Não conhecia o ditado, mas corresponde perfeitamente à situação.
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