Devem lembrar-se os admiradores da série televisiva ´Allo!...´Allo!... que nela entrava um velhote que gostava imenso de se disfarçar mas cuja figura permanecia sempre inconfundível, apesar dos adereços. Era Monsieur Leclerc e a sua deixa naquela série, continua a ser memorável, enquanto repuxava os óculos para a testa (abaixo): – Pssst!... It is I, Leclerc!...* A resposta que René Artois (acima), o dono do Café, lhe deu numa ocasião também merece ser preservada: – Leclerc, o homem das 1.000 caras… todas elas iguais!
Se com Leclerc, ele tinha uma só cara mas pretendia passar por ter muitas, parece que com o autor do blogue Câmara Corporativa, que assina Miguel Abrantes, se passa precisamente o inverso: ele reclama só ter uma cara e são outros que reclamam que ele tem muitas, as de variados assessores governamentais, embora tente passar por ter uma só. Por mim, e a comparação chega a ser evidente, prefiro os enredos de David Croft e Jeremy Lloyd (autores da série) aos de Francisco Almeida Leite ou de Carlos Abreu Amorim.
É que enquanto os dois argumentistas britânicos pretenderam abordar de forma ligeira um assunto que até é sério (a ocupação da França durante a Segunda Guerra Mundial), aqueles nossos colegas de blogosfera (e outros) parecem andar a esforçar-se por levar tremendamente a sério um assunto que parece ter um interesse muito ligeiro: a identidade de um autor de blogue que resolveu distinguir-se dos restantes por defender sistematicamente o governo. Na notoriedade, pelo menos, parece estar a ser muito bem sucedido…
* Não me parece possível traduzir para português o trocadilho da deixa de Leclerc. De forma gramaticalmente correcta, Leclerc deveria dizer It is me (sou eu) e não It is I, mas a forma como Leclerc emprega a segunda expressão pode ser entendida na forma literal como um tremendo auto-elogio pela qualidade do disfarce: Isto (it) – que estás a ver – sou eu (is I) – daí o levantar dos óculos, para ajudar a identificação – Leclerc – não fossem restar dúvidas…
Se com Leclerc, ele tinha uma só cara mas pretendia passar por ter muitas, parece que com o autor do blogue Câmara Corporativa, que assina Miguel Abrantes, se passa precisamente o inverso: ele reclama só ter uma cara e são outros que reclamam que ele tem muitas, as de variados assessores governamentais, embora tente passar por ter uma só. Por mim, e a comparação chega a ser evidente, prefiro os enredos de David Croft e Jeremy Lloyd (autores da série) aos de Francisco Almeida Leite ou de Carlos Abreu Amorim.
É que enquanto os dois argumentistas britânicos pretenderam abordar de forma ligeira um assunto que até é sério (a ocupação da França durante a Segunda Guerra Mundial), aqueles nossos colegas de blogosfera (e outros) parecem andar a esforçar-se por levar tremendamente a sério um assunto que parece ter um interesse muito ligeiro: a identidade de um autor de blogue que resolveu distinguir-se dos restantes por defender sistematicamente o governo. Na notoriedade, pelo menos, parece estar a ser muito bem sucedido…
* Não me parece possível traduzir para português o trocadilho da deixa de Leclerc. De forma gramaticalmente correcta, Leclerc deveria dizer It is me (sou eu) e não It is I, mas a forma como Leclerc emprega a segunda expressão pode ser entendida na forma literal como um tremendo auto-elogio pela qualidade do disfarce: Isto (it) – que estás a ver – sou eu (is I) – daí o levantar dos óculos, para ajudar a identificação – Leclerc – não fossem restar dúvidas…
É de caras que os caretas estão a levar ao colo o "cara" , que, honra lhe seja, não precisa de caraça.
ResponderEliminarGrande série essa, o Alô Alô, não perdia nem um episódio! Uma coisa é certa, temos todos várias caras, dependendo do observador...
ResponderEliminarbj
Olá a.teixeira. Acho este poste particularmente interessante e, como habitalmente, recheado daquele humor cáustico, se bem que extraordinariamente refinado que tão bem te caracteriza. Só não sei onde é que tu as vais apanhar (as analogias, claro).
ResponderEliminarAlém do mais quero agradecer-te os momentos divertidos que me proporcionou a leitura dos postes (ou postas?)em questão e, sobretudo, os imensos e variados comentários anexos.
Olha que, depois de ler isto, já não sei se concordo contigo. Embora fã quase incondicional do "Allô Allô", estes fazedores de argumentos... Não sei.
Obrigado aos 3 pelos comentários e também uma grande saudação à boa disposição trazida à blogosfera pelos autores das pesquisas da identidade de Miguel Abrantes, esse Jorge Coelho em fino, esse Vitalino Canas em sério, esse Vital Moreira intelectualmente honesto, da nossa blogosfera...
ResponderEliminarAh... Alô Alô...
ResponderEliminarBrilhante!
Tentava sempre não perder... E ainda hoje, se revejo, rio-me imenso...
lolol
Beijinhos ;)
Cristina Loureiro dos Santos