O Império Romano do Ocidente versus o Império Carolíngio.
Quem tiver a curiosidade de sobrepor os contornos do Império Carolíngio* (acima) com os dos 6 países que em 1958 assinaram o Tratado de Roma que deu origem, na altura, à CEE, e que hoje se transformou na União Europeia, vai descobrir que existe uma correspondência muito próxima entre os dois (veja-se abaixo). Mais do que isso, como também se pode observar no mapa acima, os planos de expansão do Império, que ali são representados pelos estados eslavos tributários (a verde), orientam-se para Leste.
Em 1958 e durante os trinta anos seguintes essa expansão natural não pôde ser adoptada porque existia o Muro que dividia a Europa. A CEE aumentou, mas noutras direcções (as Ilhas Britânicas, a Península Ibérica, a Escandinávia) enquanto a Alemanha continuava a permanecer a fronteira oriental do Império. Mas 30 anos não representam nada em História e nos quase 20 anos que seguiram à queda do Muro os alemães rectificaram as fronteiras do Império à custa das novas adesões, para se localizarem precisamente no seu centro geográfico (abaixo).
Em 1958 e durante os trinta anos seguintes essa expansão natural não pôde ser adoptada porque existia o Muro que dividia a Europa. A CEE aumentou, mas noutras direcções (as Ilhas Britânicas, a Península Ibérica, a Escandinávia) enquanto a Alemanha continuava a permanecer a fronteira oriental do Império. Mas 30 anos não representam nada em História e nos quase 20 anos que seguiram à queda do Muro os alemães rectificaram as fronteiras do Império à custa das novas adesões, para se localizarem precisamente no seu centro geográfico (abaixo).
Durante aqueles primeiros 30 anos de CEE manteve-se uma compatibilidade de objectivos entre franceses e alemães. Depois da unificação alemã essa compatibilidade acabou, e foi por isso que apareceu a necessidade de uma cenografia forçada, como a da fotografia abaixo, realçando como era bom o entendimento recíproco… Adenauer e De Gaulle nunca precisaram de andar aos beijos um ao outro e a geração actual dos dirigentes, com Merkel e Sarkozy, apesar dos beijos, parecem ser feitos de uma massa diferente…
Reconheça-se que Sarkozy parece ter um estilo informal, pouco tradicional na História de França. Que me lembre, é o primeiro monarca francês a legitimar a sua relação com a sua favorita (Carla Bruni), num país onde Luís XIV teve Madame de Montespan e Madame de Maintenon, Luís XV, Madame du Barry ou, mais recentemente, François Mitterrand teve Anne Pingeot. Mas o estilo da Administração Sarkozy nota-se noutros pormenores, para além da devolução dos insultos recebidos em visitas a Feiras...
Reconheça-se que Sarkozy parece ter um estilo informal, pouco tradicional na História de França. Que me lembre, é o primeiro monarca francês a legitimar a sua relação com a sua favorita (Carla Bruni), num país onde Luís XIV teve Madame de Montespan e Madame de Maintenon, Luís XV, Madame du Barry ou, mais recentemente, François Mitterrand teve Anne Pingeot. Mas o estilo da Administração Sarkozy nota-se noutros pormenores, para além da devolução dos insultos recebidos em visitas a Feiras...
Numa notícia de hoje do jornal El País, lê-se como a Alemanha está a manifestar as suas maiores reservas ao programa da próxima presidência francesa da União Europeia, que terá lugar no próximo semestre, onde se inclui o reforço de uma União pelo Mediterrâneo, englobando os países comunitários ribeirinhos (França, Espanha, Itália) e também as antigas colónias francesas norte-africanas. Olhe-se para o mapa abaixo e constate-se como o conjunto não passa de uma reconstituição aproximada do antigo Império Romano do Ocidente…
Claro que no mundo fluído da diplomacia intracomunitária, com aquela sua gramática própria onde se evitam as colisões frontais, isto é o que existe de mais parecido com uma séria divergência. A União pelo Mediterrâneo pode muito bem tornar-se num instrumento de ameaça de uma fractura interna dentro da actual UE, onde a Alemanha actualmente já assume a tutela hegemónica. Nem de propósito, esta nova União faz lembrar Ala Liberal que está a ser promovida por Pires de Lima dentro do PP, e o que ela poderá fazer ao partido de Paulo Portas...
Com os meus agradecimentos a quem me chamou a atenção para este importante artigo do El País.
* Mais do que apenas o Império Carolíngio, o mapa representa a sua partição pelo Tratado de Verdun (843), entre os três herdeiros de Carlos Magno: a parcela francesa (rosa escuro) a ocidente, a germânica (rosa claro) a leste, e uma central (acinzentada) designada por Lotaríngia, que foi disputada pelos dois lados durante todo o milénio seguinte…
Claro que no mundo fluído da diplomacia intracomunitária, com aquela sua gramática própria onde se evitam as colisões frontais, isto é o que existe de mais parecido com uma séria divergência. A União pelo Mediterrâneo pode muito bem tornar-se num instrumento de ameaça de uma fractura interna dentro da actual UE, onde a Alemanha actualmente já assume a tutela hegemónica. Nem de propósito, esta nova União faz lembrar Ala Liberal que está a ser promovida por Pires de Lima dentro do PP, e o que ela poderá fazer ao partido de Paulo Portas...
Com os meus agradecimentos a quem me chamou a atenção para este importante artigo do El País.
* Mais do que apenas o Império Carolíngio, o mapa representa a sua partição pelo Tratado de Verdun (843), entre os três herdeiros de Carlos Magno: a parcela francesa (rosa escuro) a ocidente, a germânica (rosa claro) a leste, e uma central (acinzentada) designada por Lotaríngia, que foi disputada pelos dois lados durante todo o milénio seguinte…
Mais uma lição de objectividade.
ResponderEliminarAinda não me tinha ocorrido essa probabilidade mas confesso que por vezes já dei comigo a pensar numa espécie de "Belgiquização" da UE.
O tempo dirá ou, quem sabe, o "Herdeiro" de Aécio comentará um destes dias.
Sobre a "Ala Liberal" do Pires de Lima, tenho fortes dúvidas, não me parece que tenha sumo, agora que a Compal já lá vai.