02 fevereiro 2008

NO SENTIDO INVERSO AO DE BARTOLOMEU DIAS…

A supremacia mundial alcançada pela civilização ocidental a partir do Século XVI pode ser explicada de uma forma simples e sintomática: foram os ocidentais (no caso, os portugueses, numa expedição comandada por Bartolomeu Dias) que, vindos do Atlântico, dobraram o Cabo da Boa Esperança, e alcançaram o Índico. Depois disso, nunca mais essa importante extremidade de África deixou de lhes pertencer, mesmo quando disputada entre holandeses e britânicos.
Mais de 500 anos passados, parece iniciar-se uma disputa inédita pela influência nessa passagem estratégica entre oceanos, em que os protagonistas dessas disputas vêm agora do sentido oposto, de Oriente. Como se pode ler em notícias discretas, chineses e indianos mostram-se dispostos a investir milhões na África do Sul, parecendo procurar marcar futuras esferas de influência nos países ribeirinhos do oceano Indico e naquele ponto de passagem, em especial.
No caso da África Oriental em geral, e no da África do Sul em particular, os indianos partem em vantagem, por já lá disporem de uma diáspora de mais de 1 milhão de pessoas. Na perspectiva indiana, se é admissível discutirem áreas de influência no Índico oriental com os chineses é impensável fazê-lo no Índico ocidental… Para os chineses, aquela é a única rota de acesso ao petróleo da África Ocidental (Nigéria, Angola, Guiné Equatorial…) de que não podem prescindir

2 comentários:

  1. Caro António

    É deveras interessante testemunhar a mudança dos ventos da História. Perante este cenário, será talvez mais adequado rebaptizar o Cabo da Boa Esperança, utilizando o seu anterior nome, Cabo das Tormentas ...

    Quanto aos interessados no petróleo da Nigéria e de Angola, devemos juntar os EUA, igualmente ávido do "ouro negro". Estamos perante um verdadeiro "albergue espanhol" ...

    Um abraço

    Pedro Cabral

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  2. Caro Pedro

    À procura de petróleo creio eu que andam todos...

    Um Abraço

    A.Teixeira

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