No seu livro Colossus – The Price of America´s Empire, o historiador britânico Niall Ferguson considera que os Estados Unidos possuem actualmente três deficits que, conjugados, explicam o seu desempenho inferior quando em referência com outros impérios que os antecederam. Existe o deficit económico, o deficit de recursos humanos e aquele por ele classificado como o mais sério dos três, o deficit de atenção.
Se os dois primeiros deficits se explicarão logo pela própria designação, o da atenção poderá ser sintetizado pela existência na vida política americana de ciclos eleitorais demasiado curtos (2 anos entre eleições legislativas e 4 anos entre presidenciais), o que força o poder executivo, condicionado pela opinião pública e pelos consequentes resultados eleitorais, a buscar soluções que tenham uma recompensa política imediata.
Tomando por boas as conclusões daquela análise de Ferguson, isso quererá dizer que uma boa parte das causas dos problemas geopolíticos em que os norte-americanos se têm envolvido também poderiam ter fundamentos comportamentais e não estruturais. É que uma das características do norte-americano médio é a de, quanto solicitado, emitir opiniões sobre tudo, mesmo que não faça a mínima ideia do que está a falar…
Como diria Paulo Bento, é com toda a tranquilidade que aparecem documentários onde os inquiridos – alguns deles com formação universitária… – aprovam invasões e bombardeamentos a países inexistentes ou aliados dos Estados Unidos ou saúdam a chegada de países como o Canadá à era do avião a jacto ou da rádio FM… E é com esta matéria prima de ingenuidade e ignorância que se constroem os resultados das sondagens nos Estados Unidos…
Mas suponho que este será o preço a pagar por impérios verdadeiramente fundados na democracia das opiniões públicas das sociedades modernas. O Reino Unido, cujo Império antecedeu o americano e que parece que serviu de referência a Niall Ferguson aos predicados que um império mundial deveria possuir (veja-se em Empire, um livro seu que antecedeu Colossus), já não sendo um império, ainda é uma monarquia.
Hoje, quando passam dez anos da morte da princesa Diana, percebe-se quanto as sociedades ocidentais evoluíram e como o Império britânico, se tivesse sobrevivido até à actualidade, seria uma realidade distinta da do período vitoriano, e muito semelhante nos seus defeitos ao Império norte-americano moderno… Onde é que a Rainha Vitória (1819-1901) se teria vergado às pressões populares na evocação de uma sua ex-nora tonta e caprichosa como aconteceu com a sua trineta Elizabeth?
Se os dois primeiros deficits se explicarão logo pela própria designação, o da atenção poderá ser sintetizado pela existência na vida política americana de ciclos eleitorais demasiado curtos (2 anos entre eleições legislativas e 4 anos entre presidenciais), o que força o poder executivo, condicionado pela opinião pública e pelos consequentes resultados eleitorais, a buscar soluções que tenham uma recompensa política imediata.
Tomando por boas as conclusões daquela análise de Ferguson, isso quererá dizer que uma boa parte das causas dos problemas geopolíticos em que os norte-americanos se têm envolvido também poderiam ter fundamentos comportamentais e não estruturais. É que uma das características do norte-americano médio é a de, quanto solicitado, emitir opiniões sobre tudo, mesmo que não faça a mínima ideia do que está a falar…
Como diria Paulo Bento, é com toda a tranquilidade que aparecem documentários onde os inquiridos – alguns deles com formação universitária… – aprovam invasões e bombardeamentos a países inexistentes ou aliados dos Estados Unidos ou saúdam a chegada de países como o Canadá à era do avião a jacto ou da rádio FM… E é com esta matéria prima de ingenuidade e ignorância que se constroem os resultados das sondagens nos Estados Unidos…
Mas suponho que este será o preço a pagar por impérios verdadeiramente fundados na democracia das opiniões públicas das sociedades modernas. O Reino Unido, cujo Império antecedeu o americano e que parece que serviu de referência a Niall Ferguson aos predicados que um império mundial deveria possuir (veja-se em Empire, um livro seu que antecedeu Colossus), já não sendo um império, ainda é uma monarquia.
Hoje, quando passam dez anos da morte da princesa Diana, percebe-se quanto as sociedades ocidentais evoluíram e como o Império britânico, se tivesse sobrevivido até à actualidade, seria uma realidade distinta da do período vitoriano, e muito semelhante nos seus defeitos ao Império norte-americano moderno… Onde é que a Rainha Vitória (1819-1901) se teria vergado às pressões populares na evocação de uma sua ex-nora tonta e caprichosa como aconteceu com a sua trineta Elizabeth?