25 agosto 2007

A CRUZ SUÁSTICA FINLANDESA

Quem tenha oportunidade de ver fotografias da participação finlandesa numa das três guerras em que se viu envolvida durante a Segunda Guerra Mundial costuma surpreender-se, ao descobrir que o símbolo identificativo dos seus equipamentos das suas forças armadas, como aviões (acima) ou blindados, por exemplo, era uma cruz suástica, desenhada em azul claro.

Vale a pena ficar a saber que aquela explicação mais imediata, a que associaria esse facto à circunstância dos finlandeses terem combatido ao lado da Wehrmacht alemã, que também usava o mesmo símbolo nos seus equipamentos (só que em preto), está... errada. A utilização da cruz suástica finlandesa é até mais antiga do que a alemã.
A cruz suástica era o emblema de uma família nobre sueca (e rica), os Von Rosen, cujo conde Eric (1879-1948) doou em 1918 à jovem nação (à facção Branca na Guerra Civil…) um ou dois aviões (as fontes divergem...) que serviram para a fundação da Força Aérea finlandesa (a segunda mais antiga do mundo) que estavam decorados com o seu emblema condal…

Talvez por gratidão, depois talvez por inércia, os emblemas acabaram por ser adoptados como distintivo da aviação e depois dos blindados finlandeses. A cruz suástica alemã negra foi um símbolo posteriormente adoptado pelo partido nazi (NSDAP) e introduzida nos emblemas do Estado Alemão (com resistências várias…) apenas a partir da chegada daqueles ao poder em 1933.
A cruz suástica acabou por ficar indelevelmente associada à Alemanha nazi e é claro que a Finlândia teve que mudar o seu emblema em 1945. Fica apenas um pormenor por contar. Uma das razões para a sua adopção pelos nazis residia no facto dela ser um antiquíssimo símbolo religioso usado pelos povos indo-europeus, que se espalharam em tempo pré-históricos da Europa até à Índia.

Aliás, imune à conotação negativa que o símbolo goza na Europa, ainda hoje se pode encontrar a cruz na decoração dos templos indianos (abaixo). Também a esmagadora maioria dos idiomas que hoje se falam tanto na Europa como na Índia são de origem indo-europeia. Mas entre as raras línguas europeias que não são dessa origem* conta-se precisamente o finlandês…
* Entre as línguas da União Europeia as excepções são o Húngaro, o Estónio, o Maltês e o Finlandês.

3 comentários:

  1. Pois é, em Conimbriga lá esta a suástica.
    A cruz até que representa um tempo circular com as quatros estações representadas.
    É um símbolo utilizado até por monges budistas coreanos.
    Aquele indivíduo austríaco medíocre ( acompanhado da ralé) e com séria suspeitas de o seu odiado pai ser filho bastardo de um judeu é que perverteu a cruz suástica.
    Neste momento pouco podemos fazer para salvar a reputação da suástica.

    ResponderEliminar
  2. João Moutinho, compartilho consigo a opinião negativa sobre Adolf Hitler, a sua actuação e o seu legado, nomeadamente a impossibilidade de dissociar a cruz suástica do nazismo, pelo menos na cultura ocidental. Não tenho é Adolf Hitler por medíocre.

    Nuno, o basco é de facto um idioma não indo-europeu, mas a minha referência restringe-se a línguas nacionais: da Húngria, Finlândia, Estónia e Malta.

    O basco creio que seja uma língua regional porque a da Espanha é o castelhano.

    ResponderEliminar