05 agosto 2007

O JOE

Espero honestamente que os mecanismos de controlo das operações financeiras em Portugal já tenham evoluído muito desde o tempo de Alves dos Reis. Felizmente, os pormenores que se ouvem aqui e ali fundamentam-me a convicção que isso acontece e que organizações como a CMVM acompanham discreta mas diligentemente a actividade do Joe e de outros como ele, que adoram dizer coisas, sobretudo à comunicação social…
O que parece não ter evoluído de há oitenta anos para cá foi a capacidade da sociedade portuguesa em geral, concretizada na sua comunicação social em particular, para conseguir seleccionar a substância dos assuntos e separá-la das aparências. Afinal recordemo-nos que foi jogando com as aparências, mais o auxílio de algumas cartas falsificadas, que Alves dos Reis obteve uma nova série de notas de 500$00 para seu uso pessoal…
Esclareça-se claramente que esse não será o caso do Joe, cuja origem da fortuna nunca foi posta em causa. Mas a receptividade acéfala a um bimbo qualquer que criou a reputação de ser muito rico é que parece continuar igual àquela que tolheu fatalmente os nossos bisavós… É só prestar atenção à audiência zelosa que a comunicação social costuma prestar às mais variadas inanidades que o Joe vai proferindo...
Faça-se aqui o intervalo de evitar a injustiça de não reconhecer que hoje, com a globalização, estes fenómenos embasbacantes estão completamente espalhados pelo planeta. Os norte-americanos, por exemplo, também têm um senhor (que já foi milionário) que se especializou em fazer o papel de executivo eficiente na televisão e em ter um penteado em capachinho ainda mais denunciado do que o do Fernando Gomes: Donald Trump (acima).
Mas, regressando ao nosso Joe nacional e ao prestígio que ele tem granjeado pelo seu comportamento recente, depois da cegada do museu do Joe, que passou pela desautorização da ministra da cultura* pelo primeiro-ministro, e da barraca da OPA sobre o Benfica, que todos já sabem que não vai dar em nada, é de perguntar aos responsáveis dos vários órgãos de comunicação social por onde ele tem pululado, se não haverá melhores convidados do que o Joe para comentar assuntos diversos como a próxima assembleia geral do BCP?...

* Pelos vistos, as assumpções de responsabilidades e as consequentes demissões são conceitos alienígenas naquele ministério...

5 comentários:

  1. Estou a ficar ultrapassado!

    Joe, para mim, só existe um: o Dalton. Não creio que haja por aí mais algum que mereça referência...

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  2. Não é bem assim, também há (ou havia) o Joe Dassin que cantava "L'Été Indien".
    Era filho da Melina Mercouri e do Jules Dassin, o tal que realizou "Jamais le Dimanche".
    Nos outros dias valia tudo...

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  3. Não seria má ideia colocarem legendas quando entrevistassem o Joe.
    É que aquele sotaque perturba, perdido no Atlântico, entre o americanês e o madeirês.
    Qualquer dia, o grande democrata da ilha vai pedir para passar a ser designado por Alberto Joe..

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  4. Hummm... eu acho que isto é meio fofoca, mas já repararam como o Joe fala? lol Não consigo perceber quase nada do que ele diz... Curiosamente, eu até tenho alguma facilidade em entender línguas ;))

    Outra coisa, já repararam que el quase só veste preto? Eu até asei porque é lolol Mas acho que já é fofoca a mais ;))

    Beijinhos :))

    Cristina Loureiro dos Santos

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  5. Se, como dizem os jornais de hoje (9 Ago), os responsáveis do BCP (das duas facções) se dispõem a levar a sério e a responsabilizar o Joe pelas afirmações que ele tem proferido nos média, então já se conseguiu qualquer coisa.

    Dos madeirenses fica a faltar o Alberto João... Dos portugueses ficam a faltar muitos...

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