Por razões que deixarei para um poste futuro, nunca fui entusiasta do chamado turismo de habitação, o que fez de mim um cliente quase ideal das propostas oferecidas pela cadeia das Pousadas de Portugal. Mas, atenção, das da Enatur antiga… A privatização dessa cadeia para o grupo Pestana é um daqueles casos exemplares, ideais para chapar nas trombas dos defensores do axioma* das vantagens do funcionamento dos organismos privados versus os públicos...
Convém estabelecer que não têm que me interessar por aí além o resultado final das contas de exploração desse tipo de organizações quando as utilizo (isso é da responsabilidade de quem as tem que gerir), mas prezo muito a qualidade dos serviços que elas me prestam. E parece-me inequívoco que a qualidade geral dos mesmos na cadeia das Pousadas de Portugal baixou espectacularmente depois da privatização, ao contrário da tabela de preços que preferiu seguir na direcção oposta…
O meu divórcio final consumou-se depois de uma estadia em que se esqueceram de me avisar previamente que a pousada estava em obras, incluindo alguns trabalhos de construção civil um pouco mais incomodativos e onde a televisão do quarto estava completamente desregulada e foi preciso mandar chamar o afinador das ditas, que só veio no dia seguinte porque – queixou-se-me ele depois – vivia longe e tinha agora três pousadas a seu cargo… Será isto o sucesso da racionalização de custos da gestão privada?
Manda a verdade que confesse que não reclamei formalmente da estadia, conforme podia e devia ter feito, como se um sexto sentido me dissesse que era tempo perdido e que a filosofia geral dos novos proprietários da cadeia parecia ser mais sensível à aparência que à substância. E manda a justiça dizer que há aspectos em que o grupo Pestana mostrou suplantar a antiga Enatur: bombardear-me a caixa de correio electrónico com mensagens de promoções e afins, é um deles…
Com alguma satisfação, constatei como essa impressão estaria certa, num sítio improvável: a página de mexericos (Pessoas p.55) do Diário de Notícias de ontem, onde se vê Dionísio Pestana, o dirigente máximo do grupo Pestana, na praia de Porto Santo, na intimidade, comendo umas sandochas dum tupperware saído directamente duma mala térmica Lena, daquelas azuis, modelo clássico, em amena cavaqueira com um dos seus amigos madeirenses, o conhecido político local Jaime Ramos… Uma cena que exuma bom gosto!
É evidente que Dionísio Pestana tem todo o direito a gozar as férias como quer e com quem quer. Mais: tem direito à privacidade, suspeitando eu que aquelas fotografias que ilustram a notícia foram tiradas à má fila. Mas poderei alegar em minha defesa que é a organização dele que insiste em assediar-me com propostas de alojamento como que se queixando de que lhes deixei de passar cartão? E que pelos factos fotografados tenho razões redobradas para desconfiar da cultura de qualidade e requinte que ele possa ter inculcado na sua organização?
Convém estabelecer que não têm que me interessar por aí além o resultado final das contas de exploração desse tipo de organizações quando as utilizo (isso é da responsabilidade de quem as tem que gerir), mas prezo muito a qualidade dos serviços que elas me prestam. E parece-me inequívoco que a qualidade geral dos mesmos na cadeia das Pousadas de Portugal baixou espectacularmente depois da privatização, ao contrário da tabela de preços que preferiu seguir na direcção oposta…
O meu divórcio final consumou-se depois de uma estadia em que se esqueceram de me avisar previamente que a pousada estava em obras, incluindo alguns trabalhos de construção civil um pouco mais incomodativos e onde a televisão do quarto estava completamente desregulada e foi preciso mandar chamar o afinador das ditas, que só veio no dia seguinte porque – queixou-se-me ele depois – vivia longe e tinha agora três pousadas a seu cargo… Será isto o sucesso da racionalização de custos da gestão privada?
Manda a verdade que confesse que não reclamei formalmente da estadia, conforme podia e devia ter feito, como se um sexto sentido me dissesse que era tempo perdido e que a filosofia geral dos novos proprietários da cadeia parecia ser mais sensível à aparência que à substância. E manda a justiça dizer que há aspectos em que o grupo Pestana mostrou suplantar a antiga Enatur: bombardear-me a caixa de correio electrónico com mensagens de promoções e afins, é um deles…
Com alguma satisfação, constatei como essa impressão estaria certa, num sítio improvável: a página de mexericos (Pessoas p.55) do Diário de Notícias de ontem, onde se vê Dionísio Pestana, o dirigente máximo do grupo Pestana, na praia de Porto Santo, na intimidade, comendo umas sandochas dum tupperware saído directamente duma mala térmica Lena, daquelas azuis, modelo clássico, em amena cavaqueira com um dos seus amigos madeirenses, o conhecido político local Jaime Ramos… Uma cena que exuma bom gosto!
É evidente que Dionísio Pestana tem todo o direito a gozar as férias como quer e com quem quer. Mais: tem direito à privacidade, suspeitando eu que aquelas fotografias que ilustram a notícia foram tiradas à má fila. Mas poderei alegar em minha defesa que é a organização dele que insiste em assediar-me com propostas de alojamento como que se queixando de que lhes deixei de passar cartão? E que pelos factos fotografados tenho razões redobradas para desconfiar da cultura de qualidade e requinte que ele possa ter inculcado na sua organização?
* Axioma: proposição que não carece de demonstração por ser evidente… quando é.
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