Se bem percebi a história, numa entrevista a uma revista feminina italiana daquelas onde não se devem proferir afirmações com densidades que não flutuem ou exprimir opiniões que se situem fora do que é canónico, a actriz francesa Fanny Ardant quebrou essa regra sacrossanta, pronunciando-se sobre a sua opinião sobre o fenómeno das Brigadas Vermelhas:
Sempre me fascinou e cativou o fenómeno das Brigadas Vermelhas. Era uma época onde era preciso escolher o seu lado, e em que havia aqueles que decidiam pegar em armas e que podiam matar ou ser mortos. (…) Actualmente em Itália (…) só há os interesses económicos. E depois de lhe fazerem notar que muitos dos protagonistas italianos desses tempos acabaram por entrar para o governo:
Têm um que para mim é um herói: Renato Curcio. Esse não se converteu num homem de negócios.
Houve quem não gostasse, sobretudo em Itália, e as suas declarações provocaram uma turbulência enorme entre os políticos italianos (sobretudo à direita), a actriz já se retractou e pediu desculpa, houve quem a defendesse em França, alegando que a actriz não está politizada (...), mas a minha medalha de ouro dos comentários vai para um político italiano chamado Luca Volontè que, comentando as declarações da actriz, tem este preâmbulo arrasador:
Ninguém pede a uma actriz que seja inteligente ou que esteja informada…
Trata-se de um preâmbulo lapidar e que ilustra perfeitamente a reacção instintiva que experimentei recentemente a respeito dos autores de alguns comentários aparecidos numa caixa dos ditos num poste a respeito da guerra dos directores de museus de um outro blogue…
Têm um que para mim é um herói: Renato Curcio. Esse não se converteu num homem de negócios.
Houve quem não gostasse, sobretudo em Itália, e as suas declarações provocaram uma turbulência enorme entre os políticos italianos (sobretudo à direita), a actriz já se retractou e pediu desculpa, houve quem a defendesse em França, alegando que a actriz não está politizada (...), mas a minha medalha de ouro dos comentários vai para um político italiano chamado Luca Volontè que, comentando as declarações da actriz, tem este preâmbulo arrasador:
Ninguém pede a uma actriz que seja inteligente ou que esteja informada…
Trata-se de um preâmbulo lapidar e que ilustra perfeitamente a reacção instintiva que experimentei recentemente a respeito dos autores de alguns comentários aparecidos numa caixa dos ditos num poste a respeito da guerra dos directores de museus de um outro blogue…
Fanny "Ardente" devia estar com febre naquele dia, pois não tem fama de ser burra, pelo contrário.
ResponderEliminarViveu durante anos com François Truffaud e puxava para a intelectualidade.
As Brigadas Vermelhas são tão românticas como as FP25 e não considero, pá, que Otelo, pá, seja charmoso, pá.
Talvez Fanny tenha mudado. Afinal, quem pode prever o "cursio" das nossas vidas?
Creio que esta demonstração de simpatia pela Brigadas Vermelhas é capaz de ser uma manifestação tardia por parte de Fanny Ardant daquele “esquerdismo insensível” (“gauchisme blasé”) tão em voga durante o período Mitterrand, que achava “giríssimo” os terrorismo dos países vizinhos, como as Brigadas Vermelhas italianas ou a ETA espanhola.
ResponderEliminarAo mesmo tempo não se achava piada nenhuma ao terrorismo doméstico, como o da FLNC corsa e perseguia-se que nem um cão Carlos o Chacal, que se foi caçar ao Sudão em 1994… Mas isso são as incoerências ridículas de um grande país. Mas convinha que Fanny Ardant acertasse o calendário. E que se informe: Renato Curcio não é bem um Dani Le Rouge (Daniel Cohn-Bendit) à italiana…
Quando a vir, digo-lhe das boas...
ResponderEliminarQuando o PRP matou dois polícias veio-se logo pedir a amnistia aos revolucionários - e foi concedido.
ResponderEliminarÉ preciso não esquecer eram dois soldados com a quarta classe versus uma professora doutora de Medicina.
Igualdade sim (ou democracia), mas só se for a nossa.
Outro dia eu assiti a uma entrevista de Ardant aqui no Brasil e achei que ela falou muita bobagem. Agora com este comentário infeliz,só posso dizer o seguinte:
ResponderEliminarEsta mulher calada é uma poeta!!!