Creio que será um pouco mais genuíno do que a falta de assunto concorrente a existência de todo este fervilhar à volta da assembleia-geral do BCP. Como é costume nestas circunstâncias em que não há nada para dizer (a reunião foi interrompida), cria-se uma genuína cumplicidade entre os que precisam de alguém que diga coisas e os que as adoram dizer como Rogério Alves, José Miguel Júdice e a nova estrela em ascensão nos charts desse tipo de música (já disco de platina): o Joe!

Só depois de atingidos os seus objectivos, é que passou a competir aos descendentes de tão venerandas figuras passarem-se por cavalheiros e damas distintos, desdenhosos de quem se possa envolver em processos tão degradantes – como serão os casos dos Mellos e dos Espíritos Santos, entre nós… Poderá ser desagradável e até com travos de revolucionário, mas é repetidamente verdadeiro que, por detrás de uma grande fortuna, existem sempre histórias opacas. E este caso do BCP não é excepção…

Claro que para o fim de 75 já todos eram especialistas na matéria, e ficou famosa a história de uma reunião do sindicato dos bancários em que não houve nem truques nem militância que valesse ao pessoal do DPP** que conduzia os trabalhos: a assembleia foi interrompida às seis da manhã, mas o arrastamento dos trabalhos desde a noite anterior não havia conseguido demover a facção adversa à mesa (socialistas, mrpps e os outros todos…), e esta continuava com gente suficiente para ganhar as votações dos assuntos importantes. Portanto a reunião não evoluía...

É que para ele, parece que tudo isto é novidade: se questionado por Baptista Bastos, ele não estava em lado nenhum no 25 de Abril…
* Recordo-me que havia uma moção indispensável nessa altura e para essas ocasiões: a de solidariedade com os povos vietnamita e cambojano por causa da sua vitória na luta de libertação contra o imperialismo americano.
** Determinado Partido Político: eufemismo que se empregava quando o pessoal do PCP era caçado a dar golpes baixos…
Sem comentários:
Enviar um comentário