(Uma belíssima sugestão que muito agradeço)
Luís Filipe Menezes foi alguém que passou do anonimato para a fama de uma penada, num congresso do PSD em que se saiu com a famosa tirada de classificar os seus companheiros das listas oponentes de sulistas, elitistas e liberais que não chegou a acabar diante da avassaladora assuada que o fez abandonar o palco e o deixou compulsivamente choroso, à beira de um ataque de nervos, qual personagem de filme de Almodôvar.
Muito tempo se passou depois disso, Menezes ganhou com todo o mérito a Câmara de Vila Nova de Gaia e continua a cultivar uma imagem popular, deixando-se filmar para a TV com a sua tertúlia de amigos jogando à sueca e contando umas histórias no limiar do brejeiro. Não é estilo que me cative, mas respeito-lhe a honestidade de não se armar em pretensioso (não finge jogar bridge ou golfe…), o que é virtude na política portuguesa.
Mas não seja por causa desta disputa da liderança do PSD, que Luís Filipe Menezes comece agora a pensar em mudar de estilo e se arme em erudito, porque duvido que ganhe mais votos de militantes por isso e parece ser caminho certo para o disparate. Pegue-se na página de opinião do Correio da Manhã de hoje assinada por si (um meio de promoção perfeitamente compatível com os militantes mais sensíveis à sua mensagem) e leiamo-lo.
Há um segundo parágrafo delicioso, muito erudito, que começa por uma referência a um Eça (de Queirós) glosador e que continua por ali adiante criticando a excessiva e asfixiante burocracia que é um dos nós mais górdios que nos estrangulam… E, pronto… – diria o diácono Remédios – Não havia necessidade… É que Luís Filipe Menezes parece desconhecer que não há gradações para nós górdios…
Na lenda original há só um nó, num carro de bois cujo proprietário fora o antigo rei de uma região da Ásia Menor (a Frigia) cuja capital era Górdio. É essa a origem da designação do nó de Górdio (abreviado para nó górdio) cujo oráculo associado fazia senhor de toda a Ásia Menor quem o conseguisse desfazer e que Alexandre Magno veio a cortar com um golpe de espada, dando origem à famosa expressão… Não há lugar para nós mais górdios e outros menos górdios...
Enfim, é asneira que dá muito mau aspecto à erudição de Luís Filipe Menezes e foi azar o jornalista ter gostado tanto do soundbite que o repetiu no subtítulo, o que agora também não ajuda nada a disfarçar o fiasco… Também quem mandou Luís Filipe Menezes armar-se naquilo que não é? Parafraseando aquele famoso anúncio ao Tide (Branco Mais Branco Não Há!...), fiquemo-nos por um Górdio Mais Górdio, Também Não…
Muito tempo se passou depois disso, Menezes ganhou com todo o mérito a Câmara de Vila Nova de Gaia e continua a cultivar uma imagem popular, deixando-se filmar para a TV com a sua tertúlia de amigos jogando à sueca e contando umas histórias no limiar do brejeiro. Não é estilo que me cative, mas respeito-lhe a honestidade de não se armar em pretensioso (não finge jogar bridge ou golfe…), o que é virtude na política portuguesa.
Mas não seja por causa desta disputa da liderança do PSD, que Luís Filipe Menezes comece agora a pensar em mudar de estilo e se arme em erudito, porque duvido que ganhe mais votos de militantes por isso e parece ser caminho certo para o disparate. Pegue-se na página de opinião do Correio da Manhã de hoje assinada por si (um meio de promoção perfeitamente compatível com os militantes mais sensíveis à sua mensagem) e leiamo-lo.
Há um segundo parágrafo delicioso, muito erudito, que começa por uma referência a um Eça (de Queirós) glosador e que continua por ali adiante criticando a excessiva e asfixiante burocracia que é um dos nós mais górdios que nos estrangulam… E, pronto… – diria o diácono Remédios – Não havia necessidade… É que Luís Filipe Menezes parece desconhecer que não há gradações para nós górdios…
Na lenda original há só um nó, num carro de bois cujo proprietário fora o antigo rei de uma região da Ásia Menor (a Frigia) cuja capital era Górdio. É essa a origem da designação do nó de Górdio (abreviado para nó górdio) cujo oráculo associado fazia senhor de toda a Ásia Menor quem o conseguisse desfazer e que Alexandre Magno veio a cortar com um golpe de espada, dando origem à famosa expressão… Não há lugar para nós mais górdios e outros menos górdios...
Enfim, é asneira que dá muito mau aspecto à erudição de Luís Filipe Menezes e foi azar o jornalista ter gostado tanto do soundbite que o repetiu no subtítulo, o que agora também não ajuda nada a disfarçar o fiasco… Também quem mandou Luís Filipe Menezes armar-se naquilo que não é? Parafraseando aquele famoso anúncio ao Tide (Branco Mais Branco Não Há!...), fiquemo-nos por um Górdio Mais Górdio, Também Não…
Será que "górdio" soou como sinónimo de "gordo"?
ResponderEliminarÀs vezes... acontece!
O Menezes às vezes tem cá umas teses "caté" fazem fezes...
ResponderEliminar"Quem te manda sapateiro tocar rabecão?"
ResponderEliminarlolol
Beijinhos :))
Cristina Loureiro dos Santos
Suspeito é que Luís Filipe Menezes deva ter dado uma "descasca" colossal no desgraçado a quem ele encomenda estes artigos assim mais profundos...
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