Sendo o assunto Vasco Pulido Valente, era imperativo que, na fotografia que enfeita o artigo, a decoração por detrás dele fossem livros. Vasco Pulido Valente é mais antigo que o Ferrão da Rua Sésamo e, como ele, é impossível apresentá-lo sem o seu adereço - no caso do Ferrão (outro intelectual caprichoso) era o seu barril... Mas vamos por ordem, em primeiro lugar para o autor do artigo, Leonídio Paulo Ferreira, de que me recordo numa tentativa de absolver Donald Trump, a propósito da sua intenção de comprar a Gronelândia à Dinamarca, invocando precedentes históricos de 200 anos, que eram irrelevantes por causa disso mesmo: por terem duzentos anos e por haver nesse outro exemplo um vendedor interessado em vender e um comprador interessado em comprar! Não abona em favor. Em segundo lugar para o autor do livro, João Céu e Silva, de que me lembro de ter lido um livro, 1975 - O Ano do Furacão Revolucionário, que, apesar do título ribombante, classifiquei de mediano, e que me levou à decisão de descartar vir a ler quaisquer outras obras do mesmo autor por serem irrelevantes, nomeadamente por algumas gaffes imperdoáveis, como a de dar a nacionalidade húngara a Milan Kundera... e depois partir para considerações sobre a produção literária europeia desse ano de 1975! Confundir o checo com um húngaro?... Também não abona em favor. O terceiro lugar, last but not least, vai para Vasco Pulido Valente, o objecto do livro a respeito do qual se escreve o artigo e também o aldrabão que várias vezes avulsas aqui denunciei a aldrabar os leitores - (1) (2) (3) (4) - e que, supremo desplante(!), em título é qualificado por exigente. O homem que se inventou a ouvir os discursos de Hitler no rádio, discursos que Hitler nunca proferiu, ia lá inventar que Cunhal pensou em mandou matar Soares!... É um trio de merda, mas confesso que o que me mais me fascina no processo é a indulgência intelectual que sustenta a admiração dos dois primeiros pelo terceiro.
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