06 março 2021

...ONDE É QUE «ISSO» FICA?...

6 de Março de 1971. Em mais um daqueles artigos de fundo, transcrições de jornais estrangeiros (neste outro caso, o Washington Post), no Diário de Lisboa podia ler-se uma desenvolvida análise sobre o que era então um dos mais desconhecidos e desinteressantes sítios do globo: o Golfo Pérsico. Ao redor do Golfo, distribuíam-se um conjunto de pequenos emirados que, de uma forma ou outra, haviam caído sob tutela britânica no período do apogeu do império. Só que agora era tempo de os ingleses partirem, enquanto que a descoberta de jazidas de petróleo e gás natural antecipava uma mudança significativa naquela região. E antecipavam-se as cobiças dos vizinhos - sobretudo Arábia Saudita e Irão - perante o previsível vácuo de poder. Os nove emirados só se tornarão totalmente autónomos a partir da segunda metade de 1971: em primeiro lugar o Barein, em Agosto de 1971, depois o Qatar em Setembro e finalmente os outros sete, que formarão uma confederação denominada Emirados Árabes Unidos em Dezembro de 1971. Mas nada do que o autor então escrevia poderia antecipar o que estava para acontecer: nos 50 anos que se seguiram as economias agregadas dos três países ter-se-ão multiplicado mais de 200 vezes e a população conjunta, que rondava então os 500.000 habitantes, multiplicou-se quase 30 vezes. Hoje é menos provável perguntar-se onde é que «isso» - o Dubai, por exemplo - fica... 

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