11 de Março de 1941. Numa cerimónia a que o próprio quis dar a maior publicidade possível, o presidente Franklin D. Roosevelt assina a Lei de Empréstimo e Arrendamento, que entra imediatamente em vigor. É a forma mais elaborada dos Estados Unidos intervirem na Guerra Mundial então em curso, mas sem nela participarem directamente: «A qualquer nação cuja defesa considerar vital para a dos Estados Unidos, o presidente poderá vender, transferir, trocar, alugar, emprestar ou alienar, seja como for, todo o instrumento de defesa que lhe parecer apropriado». Uma tal latitude de actuação concedida ao executivo chocou contra uma ampla coligação política: a começar por simpatizantes nazis (caso do popularíssimo aviador Charles Lindbergh), mas também comunistas, ferrenhos isolacionistas, oposicionistas ao New Deal (como o ex-presidente Hoover), e mesmo genuínos pacifistas, incluindo prelados católicos de ascendência irlandesa, como os arcebispos de Boston e de Filadélfia. Mas claro, o grande sítio para a discussão do projecto eram as duas câmaras do Congresso, os Representantes e o Senado: «Se bem compreendo», perguntava um senador texano, «esta lei permitiria transferir o couraçado Texas para a república dos sovietes?...» Por sinal, permitia, mas ainda se estava muito longe de pensar em estender as facilidades da Lei aos soviéticos... Em Março de 1941 os soviéticos ainda eram aliados dos alemães. Numa primeira passagem na Câmara dos Representantes a proposta passou por 260 contra 165 e quando foi votada no Senado, precisamente a 11 de Março de 1941, foi aprovada por 60 votos contra 31. Nesse mesmo dia o presidente assinou a Lei perante o batalhão de fotógrafos que a imagem acima documenta. Era um recado político que os Estados Unidos pretendiam passar a todo o Mundo. Os dois primeiros países a serem abrangidos pelos benefícios da nova Lei foram o Reino Unido (naturalmente) e também a Grécia, que havia repelido a invasão italiana.
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