12 março 2021

O GAULLISMO DESAGREGA-SE(?)

12 de Março de 1971. Oriunda de Paris, esta análise da situação política francesa que é feita pelo correspondente local da ANI (a agência noticiosa oficial portuguesa) tenta «reaquecer em banho-maria» (hoje seria no microondas...) aquilo que se tornara óbvio em França desde há dois anos (Abril de 1969), quando o general de Gaulle se demitira da presidência: o gaullismo, como tal, desaparecera da cena política francesa. O que subsistira era a prática de designar aquela área política da direita democrática pelo mesmo nome, mas que agora estava enfeudada ao presidente Pompidou. O que se estaria a desagregar seria essa confederação que se costuma reagrupar à volta de todos os ocupantes do Eliseu, (Georges Pompidou naquela época), e que, na circunstância, estaria a perder os indefectíveis mais próximos do general. Mas isso, percebe-se a esta distância, não era nada de mais, era o tipo de atrito que sempre fizera parte da paisagem política francesa. Contudo, a inércia das denominações pode muito: quase 25 anos depois destas análises, Jacques Chirac viria a ser eleito presidente ainda crismado de gaullista.

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