5 de Maio de 1968. Às 04H00 da madrugada locais começava em Saigão, capital do Vietname do Sul, a segunda fase da Ofensiva do Tet. Menos recordada que a Ofensiva original do mesmo nome que havia tido lugar nos finais de Janeiro, que já aqui foi evocada, este Mini-Tet (como ficou conhecido entre outras designações) constituiu um desgaste suplementar ao já desgastado ânimo norte-americano em prosseguir a sua intervenção no Vietname em defesa do regime sul vietnamita. Mas, mais do que perceber o quadro táctico das ofensivas norte-vietnamitas e do vietcong, que terminaram todas com o mesmo desfecho previsível (a derrota), o que é importante a esta distância de 50 anos é perceber como a estratégia de comunicação do lado dos norte-americanos estava errada. Um dos episódios do começo da ofensiva fora um erro descomunal do vietcong, que emboscara, capturara e executara quatro jornalistas ocidentais (três australianos e um inglês) nos arredores de Saigão. Pior do que isso (na perspectiva dos comunistas), um quinto jornalista (também australiano), sobrevivera ao massacre fazendo-se de morto e tornara-se uma testemunha irrefutável dos factos. Contudo, na notícia abaixo nem sequer se tenta aproveitar o capital de queixa que o incidente potenciava em termos propagandísticos. Dali por 7 anos e para contraste, a execução de outros cinco jornalistas australianos, mas em Timor e dessa vez por tropas indonésias, teve uma cobertura - que não uma ressonância... - radicalmente diferente.
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