Precisamente 160 anos depois do 3 de Maio de Madrid (poste abaixo) começava um outro 3 de Maio histórico, este em Paris. A polícia francesa procedia à evacuação da Sorbonne (a universidade) quando os estudantes, por essa vez, ripostaram, enfrentando-a. A revolta era de um cariz diferente da de Madrid e na época, felizmente, já não se usavam paredóns, porque se se usassem os paredóns (e os estudantes no seu entusiasmo até comparavam a polícia às SS!) decerto não se seguiria um mês completo de distúrbios em crescendo por toda a França, que uma certa franja de septuagenários com pretensões intelectuais vai evocar cheia de saudades ao longo deste mês de Maio, a pretexto do cinquentenário que agora se inicia. Os acontecimentos de Maio de 1968 em França são o género de acontecimentos em que tenho dificuldades em encontrar qualquer outro da História recente em que tenha havido maior desproporção entre o enfâse nostálgico que (continua a) lhes (ser) é dado e a insignificância das suas consequências depois de ele se ter esgotado.
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