22 maio 2018

O EUROCORPS

22 de Maio de 1992. Na Cimeira franco-alemã de La Rochelle, os dois países decidiram expandir a sua cooperação militar até à formação de um Corpo de Exército, que veio a receber a denominação de Eurocorps. Eram outros tempos, em que Kohl e Mitterrand, enquanto não se cansavam de manifestar a sua mais profunda amizade recíproca, também não se deixavam ultrapassar em europeísmo pelo parceiro. Vinte e seis anos depois do anúncio da sua constituição, aquilo que seria para ser (obviamente) o embrião de um futuro exército europeu - enfatizando a expressão de Alexandre O'Neill - permanece assim uma coisa em forma de assim. A organização apenas subsistirá porque, embora não atrase nem adiante em relação ao quadro de segurança colectiva representado (ainda e sempre) pela NATO, politicamente é uma chatice para os dois patrocinadores reconhecerem que a iniciativa se revelou um fiasco.
Existe um Quartel-General, sedeado em Estrasburgo, e guarnecido por cerca de 1.100 efectivos. Mas as unidades combatentes, que poderão elevar os efectivos do corpo até aos 50 mil homens, em caso de activação do corpo, permanecem sob controlo das forças armadas nacionais (veja-se abaixo o mapa da direita). Aos dois países fundadores juntou-se depois a Espanha, a Bélgica e o Luxemburgo, mas as adesões ficaram-se por aí. Outros países associaram-se (abaixo, a verde intermédio): a Itália, a Grécia, a Roménia e a Turquia. Mais significativo e assinalados a verde claro, houve países que se associaram, mas que entretanto se dissociaram (a Áustria e a Finlândia) ou estão em vias de o fazer (a Polónia): estes últimos três países têm o traço comum - significativo! - de que todos eles tiveram uma história comum de interferências da Rússia nas suas autonomias. Para aquilo que iriam à procura, o Eurocorps não parece ser a resposta.

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