Este foi uma simples recolha de algumas das mais recentes opiniões publicadas. E nenhuma delas me surpreendeu. Também (e nisso creio estar acompanhado por quem me esteja a ler) não estava à espera que isso acontecesse. A agenda de qualquer um deste quatro políticos é perfeitamente conhecida. Muito se fala da previsibilidade dos políticos e da agenda das suas intervenções públicas, o único defeito que encontro à formulação dessa crítica é a omissão que nela se faz a esta categoria de políticos que aparece acima, aquela que podemos qualificar e classificar dos políticos opinativos (e que, creio, julgam que se fazem passar por independentes). De facto, e excluindo Rui Tavares (que é dum partido que nas últimas eleições europeias recolheu menos votos do que as assinaturas do abaixo assinado em prol da salvação do pit-bull zico), nenhum deles - e de tantos outros como eles - aparece conotado com um partido político. E, contudo, aquele que será um dos expoentes máximos da classe, José Pacheco Pereira, continua a preservar galhardamente a sua militância no PSD (só não sei é se ainda paga as quotas...). Mas é a excepção e o convite ao equívoco. Qualquer destas alminhas acima têm, não só, uma intervenção política constante como também uma promoção e notoriedade que é superior ao da esmagadora maioria (99,9%) dos políticos filiados, nomeadamente dos parlamentares. Tomemos o exemplo paradoxal de Rui Tavares (também porque é o único dos quatro acima que, reconheça-se, alguma vez se submeteu a votos!...) quando o comparamos com André Lourenço e Silva. Com quem? Pois... André Lourenço e Silva foi eleito deputado pelo PAN nestas últimas eleições legislativas de 2015, onde o seu partido recolheu 75.000 votos, quase o dobro dos votos da formação de Rui Tavares que - perdoe-se-me a expressão - não foi eleito para porra nenhuma. E, no entanto, é ele, o clamorosamente derrotado nas urnas, que aparece ali acima a mandar bitaites, assim como mandam bitaites José Manuel Fernandes, Pedro Marques Lopes, Helena Garrido, e tantos outros colegas que se passeiam pela política fingindo não sujar as mãos. O descrédito da política e dos políticos, com o alheamento gradual dos cidadãos que tanto se ouve denunciado, deve-se tanto a eles como aos outros, os de cartão passado, a quem muitos destes culpam dos males do mundo, como se se tratasse de classes diferentes. Há em Portugal uma concepção - profundamente errada! - de que se pode passar pela política mandando uns bitaites, fingindo que se está de fora, como mais uma vez se constatou nestes elogios fúnebres que se fizeram a Medina Carreira (a verdade é que, quando este se candidatou a alguma coisa, no caso a bastonário da Ordem dos Advogados, em 1989, apanhou uma tareia). Eu adorava ver José Manuel Fernandes ir a votos, numa avaliação de quanto valem as suas opiniões. Ou Ricardo Costa, para que ele se pudesse comparar com o irmão... ou com Tino de Rãs (que ele, Ricardo Costa, não percebia o que ele andava ali a fazer, e depois recebeu 152.000 votos nas presidenciais).
Eu também. Oh se gostava!
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