06 julho 2017

O CENTENÁRIO DA CONQUISTA DE AQABA

6 de Julho de 1917. Os irregulares árabes comandados por Auda Abu Tayi e com este último assessorado por Lawrence da Arábia conquistam o porto de Aqaba (hoje pertencente à Jordânia). Apesar de aparecer descrito como um «grande combate» na página correspondente da Wikipedia, foi um daqueles episódios menores da Primeira Guerra Mundial. Na mesma página é possível saber que os efectivos da guarnição turca da cidade atacada (750 homens) equivaleriam a um batalhão, o género de unidade militar que era destroçada às dúzias numa prosaica manhã ofensiva na Frente Ocidental daquele mesmo conflito. O génio responsável por transformar a insignificância num grande feito de armas foi T. E. Lawrence (1888-1935). Fosse hoje e Lawrence não estaria decerto a malbaratar os seus talentos no exército, antes teria criado a sua agência de comunicação e seria um importante (mas discreto) agente político que faria e desfaria presidentes e primeiros-ministros. Do ponto de vista militar, aquilo que os árabes alcançaram durante a Primeira Guerra Mundial foi reconhecidamente negligenciável; do ponto de vista político, as iniciativas britânicas estiveram muito longe de decisivas, serve de argumento para o provar o facto de os franceses terem ficado no fim da guerra com o seu quinhão de territórios (Síria, Líbano) sem terem precisado de lá ter tido um rival de Lawrence (francês) no terreno; contudo, do ponto de vista de relações públicas a passagem de Lawrence por aquelas paragens foi uma obra de mestre, 45 anos depois (1962) ainda se andava a fazer filmes épicos à volta da sua figura, como se aquilo que ele fomentara (no trecho abaixo, a conquista de Aqaba) tivesse sido muito importante para a História. É conhecido, mas não é assim tão importante...

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