Analisar a actual situação política interna do PSD é um exercício que se assemelha ao equivalente que fiz tantas vezes a respeito da República Islâmica do Irão. Quando se investigam os débeis movimentos de contestação interna que surgem, na esperança de uma abertura, percebe-se que eles são ainda mais radicais e antipáticos do que as correntes predominantes: é que a contestação protagonizada pela deputada Manuela Tender à próxima eleição de Hugo Soares para a liderança da bancada parlamentar do PSD é apenas metade da história; a outra metade da história é a que nos conta que os desejos dessas opiniões menos conformadas do núcleo duro do PSD era para o aparecimento de uma candidatura de Marco António Costa, o carismático «big MAC». As opções de quadros de que o PSD agora dispõe são como os aiatolás: não os há bons; há os maus e a melhor opção é viver com eles porque a única alternativa são os péssimos. Porque, para que as metáforas não sejam apenas iranianas, Marco António Costa a chegar ao poder há de ser muito parecido a ter o partido tomado pela 'Ndrangheta calabresa.
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