11 julho 2017

A EVOLUÇÃO DA VERDADE

Numa primeira fase, os três secretários de Estado envolvidos no escândalo das viagens pagas da Galp ao Europeu de 2016 demitiam-se e até pediam a sua constituição como arguidos. Numa segunda fase, o Ministério Público esclarecia que a sua constituição como arguidos não fora nada a pedido, que ela teria tido lugar independentemente do desejo dos visados. E finalmente, numa terceira fase, tornava-se notícia que a sua constituição como arguidos precedera mesmo as suas demissões, quanto mais as expressões manifestadas quanto ao seu estatuto na investigação. São três histórias tão diferentes que só uma delas pode estar certa - ou, se calhar, nem isso, que ainda vamos a tempo de aparecer uma quarta versão. De qualquer maneira, eu desconfio de quais são as versões que, para já, me parecem mais distorcidas: na constatação evidente que Costa não está a avançar coisa nenhuma, está é a reboque dos acontecimentos... E quanto à pergunta que inquieta Carlos Abreu Amorim pelo PSD, sobre a oportunidade do desencadear destes acontecimentos, suspeito que a resposta mais verdadeira será também a mais prosaica: porque este é um dos três ritmos de investigação do Ministério Público: devagar, devagarinho e parado.

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