Ter-me-á parecido que nesta última edição do programa Quadratura do círculo (abaixo) se procedeu a uma discreta reformulação de papeis. Assim, pareceu-me que agora a função da moderação do programa terá sido entregue, na prática, a Jorge Coelho. É uma tarefa ingrata, a da moderação, a que as pessoas não dão o devido valor nem prestam a devida atenção, e por isso a função assentará como uma luva a Jorge Coelho com as suas bocejantes tiradas pró governamentais, tão previsíveis que o espectador já tira antecipadamente o período em que ele vai falar para ir lá dentro fazer xixi. Tudo isto porque, qualquer bom programa de debate em televisão é aquele em que os restantes intervenientes ignoram o moderador, e isso Jorge Coelho, mesmo depois de ter sido caçado a ler os e-mails dos ministérios e passado a escrever as cábulas à mão, tem conseguido: Lobo Xavier e Pacheco Pereira têm ignorado olimpicamente aquilo que ele trás para dizer.
Mas o interessante foi a transferência recíproca de funções de Carlos Andrade de moderador para comentador. Assim como aqui há uns cinco anos o jornalista desportivo independente João Gobern deixou de ser independente ao ser apanhado pelas câmaras a festejar exuberantemente um golo do Benfica, também Carlos Andrade não consegue ouvir as críticas de Pacheco Pereira aos jornalistas e à comunicação social com distanciamento. Salta logo em defesa da sua corporação - é o Benfica dele! Como veio a acontecer esta semana, em que os empolgamentos entre Carlos Andrade e Pacheco Pereira superaram em vivacidade e interesse os havidos entre o segundo e Lobo Xavier.
Reconheça-se que o impacto de um suposto neutral que sai do armário até é bom do ponto de vista das audiências televisivas: João Gobern foi de imediato dispensado da RTP mas apenas para ser recontratado meses depois como paineleiro (pelo Benfica!) de um programa de comentadores da bola na mesma RTP. Por tudo aquilo que escrevi até aqui, já se percebeu que eu não encaro a Quadratura do círculo como um programa totalmente a sério, mas a estação SIC é que parece que sim. Porém, assim, com estas assertividades de Carlos Andrade, não vamos lá.
Mas o interessante foi a transferência recíproca de funções de Carlos Andrade de moderador para comentador. Assim como aqui há uns cinco anos o jornalista desportivo independente João Gobern deixou de ser independente ao ser apanhado pelas câmaras a festejar exuberantemente um golo do Benfica, também Carlos Andrade não consegue ouvir as críticas de Pacheco Pereira aos jornalistas e à comunicação social com distanciamento. Salta logo em defesa da sua corporação - é o Benfica dele! Como veio a acontecer esta semana, em que os empolgamentos entre Carlos Andrade e Pacheco Pereira superaram em vivacidade e interesse os havidos entre o segundo e Lobo Xavier.
Reconheça-se que o impacto de um suposto neutral que sai do armário até é bom do ponto de vista das audiências televisivas: João Gobern foi de imediato dispensado da RTP mas apenas para ser recontratado meses depois como paineleiro (pelo Benfica!) de um programa de comentadores da bola na mesma RTP. Por tudo aquilo que escrevi até aqui, já se percebeu que eu não encaro a Quadratura do círculo como um programa totalmente a sério, mas a estação SIC é que parece que sim. Porém, assim, com estas assertividades de Carlos Andrade, não vamos lá.
A propósito dessa postura de seriedade, registe-se uma estreia neste último programa: pela primeira vez, se estiverem atentos a uma interpelação de Carlos Andrade a Lobo Xavier, foi feita uma referência explícita a um dos comentadores políticos galhofeiros da concorrência: João Miguel Tavares do Governo sombra.
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